O Ministério Público (MP) denunciou duas pessoas pelo assassinato do empresário mineiro Samuel Eberth Melo, 41 anos, em junho. Diego Gabriel da Silva, 29, e um homem de 23 anos cujo nome não foi revelado e que, segundo o MP, é genro dele, são acusados de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A denúncia foi encaminhada ao Poder Judiciário na última sexta-feira (28). A Justiça precisa aceitar a acusação, o que ainda não aconteceu, para que os dois se tornem réus.
O mineiro ficou nove dias desaparecido após viajar ao Rio Grande do Sul para se encontrar com um parceiro comercial na venda de veículos. O corpo dele foi encontrado em 11 de junho, em Santo Antônio da Patrulha.
As qualificadoras do homicídio são motivo torpe, para assegurar impunidade de outros crimes e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver. Isso porque, segundo a apuração, o parceiro comercial teria decidido assassinar Melo para ficar com o lucro obtido com veículos enviados pelo empresário ao Rio Grande do Sul. A polícia suspeita que o mineiro tenha sido vítima, ainda, de estelionato.
Conforme a investigação, Melo e Silva se conheceram durante a negociação de veículos e acabaram se tornando amigos e parceiros comerciais. Silva teria conquistado a confiança do empresário mineiro. Em razão disso, veículos passaram a ser enviados ao RS para que fossem negociados por ele. A estimativa é de que Melo tenha repassado, numa última leva, pelo menos 44 veículos, com valor estimado em R$ 5 milhões.
Contraponto
Quando foi ouvido durante a investigação, Silva negou envolvimento no crime. GZH não conseguiu contato com a defesa dos presos até esta publicação.
Em manifestação anterior, a advogada Thais Rodrigues, que representa os dois investigados, negou que eles tenham participação no desaparecimento e homicídio. Em relação a Diego Gabriel da Silva, disse que ele "se declarou inocente de todas as imputações" e que alegou que "não possuía nenhum desacordo comercial com a vítima".