Três suspeitos de envolvimento na tortura e no assassinato de um jovem e de um adolescente, em 31 de março, em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça a pedido da Polícia Civil . Wesley Amaral dos Santos, 19, e Jonathan Júnior Xavier Lopes, 16, foram encontrados mortos, com mãos amarradas e saco na cabeça em uma estrada da cidade.
A Polícia Civil não divulgou o nome dos suspeitos, mas GZH apurou que um deles é o dono do depósito credenciado no Detran. Os três estão foragidos e são procurados pela Polícia Civil.
— A participação efetiva de cada um ainda não está bem delimitada no inquérito policial. Ao final vamos definir o que cada um fez — explicou a delegada Angélica Giovanella.
Além dos três que estão sendo procurados, a polícia informa que outros envolvidos foram identificados, mas que ainda não tiveram a prisão decretada. Nos últimos dias, a 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul ouviu 15 pessoas e apreendeu um veículo. Uma perícia de luminol para procurar marcas de sangue é aguardada pela investigação.
Laudo pericial indicou que a causa da morte de Wesley foi um disparo. Jonathan também tinha marca de um tiro, mas não foi confirmado oficialmente o que o levou ao óbito.
O inquérito apontou que Wesley e Jonathan foram até um Centro de Desmanche de Veículos credenciado pelo Detran para furtar duas baterias na noite do dia 30 de março. Eles estavam acompanhados de outros dois, que ficaram do lado de fora do estabelecimento.
Wesley e Jonathan foram flagrados por seguranças do depósito e acabaram sendo rendidos. Os amigos que estavam do lado de fora fugiram e foram avisar a mãe de Jonathan que o filho estava detido.
— Pode sim ter sido um castigo pelo crime cometido antes da execução. Não se tem isso bem definido, mas é uma das linhas de investigação — afirmou a delegada.
Grávida de oito meses, Edilaine Xavier contou que foi até o depósito e ouviu dos seguranças que eles haviam disparado para cima com a intenção de assustar os rapazes e que ela poderia voltar para casa, pois logo eles retornariam.
— Nada justifica o que ele fez, de entrar num lugar fechado. Mas ele estava deitado já. Que chamassem a polícia — disse Edilaine a GZH cinco dias após o crime.
Sem notícias do filho durante a madrugada, Edilaine estava a caminho da delegacia para registrar o desaparecimento quando soube, pelas redes sociais, do encontro de dois corpos em uma área afastada da cidade. Uma familiar foi até lá e identificou que eram Wesley e Jonathan.