A Polícia Civil divulgou nesta quinta (16) uma prisão realizada na noite de quarta-feira (15) em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. O preso é considerado um dos líderes de uma facção que atua na região e que estaria por trás de parte dos 30 homicídios ocorridos neste ano em Canoas.
O número de assassinatos já registrados no município em 2023 equivale a quase metade do total de ocorrências deste tipo em todo o ano passado. Segundo a investigação, a morte de dois líderes de organizações criminosas no segundo semestre de 2022 teria motivado a onda de violência na cidade.
Ainda conforme o apurado pela polícia, o homem detido na quarta-feira estaria tentando ocupar o lugar que era dos criminosos que foram executados e, de acordo com inquérito instaurado, estaria dando ordens para execuções de integrantes de grupos rivais. Os homicídios estariam ligados à disputa por territórios para o tráfico de drogas.
O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco) de Canoas, delegado Gustavo Bermudes, diz que o investigado, que tem 39 anos e não teve o nome divulgado, estava foragido após uma falha no sistema da tornozeleira eletrônica que utilizava. Segundo o policial, o objetivo agora é verificar o número de assassinatos em que ele estaria envolvido na condição de mandante.
Apreensões
No momento em que o homem foi preso, em Novo Hamburgo, agentes da Draco de Canoas apreenderam com ele radiocomunicadores, munição, uma arma e ainda um kit que transforma pistolas em submetralhadoras. Bermudes ressalta que é o chamado "Kit Roni", muito usado por quadrilhas da Região Metropolitana e do Vale do Sinos.
O titular da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Cristiano Reschke, diz que ações como esta da Draco, que pertence à área de atuação da 2ª Delegacia, serão intensificadas — em parceria com o Departamento de Homicídios — para elucidar todas as mortes ocorridas em Canoas em 2023.
— Como esses assassinatos têm ligação com o crime organizado, estamos averiguando caso a caso, além do que está sendo apurado pela (Delegacia de) Homicídios, com o objetivo de verificar não só os executores, mas os mandantes — diz Reschke.