O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) assumiu em todo o Rio Grande do Sul novas ocorrências e casos que ainda não estejam sendo apurados sobre a cobrança por serviço ilegal de vigilância privada. Segundo o órgão, integrantes de uma facção têm agido em várias regiões do Estado, oferecendo suposta segurança a empresários.
O empreendedor que decide não pagar é ameaçado ou tem seu estabelecimento atacado. Há casos de imóveis apedrejados, alvejados e até incendiados. Somente no Vale do Sinos, a Polícia Civil identificou 74 vítimas e trabalha para apurar mais informações, já que, conforme o Deic, por medo, a maioria não registra ocorrência em uma delegacia.
De acordo com a delegada Vanessa Pitrez, diretora do departamento, a equipe da Delegacia de Roubos foi designada para fazer um levantamento dos casos. Em média, os criminosos pedem, por semana, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil.
Ela aponta que outras delegacias que registraram estes fatos e realizaram prisões, como a de três suspeitos nesta semana no Vale do Sinos, também serão acionadas. Segundo a delegada, o objetivo desta nova estratégia é combater novos ataques e investigar outros que ainda não tenham sido apurados. E ainda destaca que os inquéritos em andamento serão concluídos por quem já está investigando.
— Vamos atuar forte, é um trabalho feito com calma, mas vamos atuar em escala mais abrangente contra a facção responsável por estes crimes. No momento, não podemos detalhar muito a estratégia que está sendo montada para que o trabalho não seja prejudicado e principalmente para que ele tenha efeito — ressalta.
A diretora diz que qualquer nova cobrança de valor por serviço ilegal de vigilância, ameaças e ataques devem ser comunicados diretamente ao Deic, localizado na Avenida das Indústrias, 915. Outro meio, que também garante sigilo ao denunciante, é pelo telefone 0800 510 2828.
Além das situações apuradas no Vale do Sinos, há registros no Vale do Paranhana, onde foi preso um criminoso no final de março e houve condenação de seis integrantes de facção no final de 2022, em Canoas, na Região Metropolitana. No município, suspeitos foram presos no bairro Mathias Velho. Já em Bento Gonçalves, na Serra, um homem foi detido e teve celulares e extratos bancários apreendidos para averiguação.