A quantidade de motoristas multados por embriaguez ao volante nas rodovias do Rio Grande do Sul aumentou 18% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março de 2023 — meses marcados pelas viagens de férias e festas de Carnaval — 3.846 condutores foram autuados. Em 2022, o número foi de 3.254.
Os dados dizem respeito às autuações somadas da Polícia Rodoviária Federal (PRF-RS) e do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e correspondem tanto aos motoristas que realizaram o teste do etilômetro quanto àqueles que se recusaram.
Motoristas que optam pelo teste do bafômetro são minoria. Porém, quem não faz o teste é considerado como embriagado para fins de fiscalização, pois recebe as mesmas penalizações administrativas (veja abaixo).
Se analisados os primeiros trimestres dos últimos cinco anos, desde antes da pandemia, as multas por embriaguez apresentam elevação ainda maior. Em 2019, houve 2.043 multas em rodovias de janeiro a março. O acréscimo de 2023 com relação a 2019 é de 88%.
Quem faz o teste é minoria
Dos autuados nos três meses iniciais de 2023, apenas 678 optaram por realizar o teste. Os demais receberam multa administrativa após o recusarem. Em 2022, o etilômetro constatou infração com 772 pessoas no período. Isto é, em paralelo à elevação geral do número de multas, caiu em 12% a quantidade de autuados pelo popular “bafômetro”.
De acordo com o chefe da comunicação da PRF-RS, Douglas Paveck, a recusa pelo teste tem sido um comportamento cada vez mais frequente. Isso porque, segundo ele, a opção evita a medida criminal contra o motorista, e ele não é conduzido até a delegacia.
— É importante destacar que isso só acontece quando o motorista não apresenta sinais de embriaguez. Se ele está visivelmente bêbado, mesmo que se recuse a fazer o teste, ele será acompanhado pela polícia até a delegacia — ressalta Paveck.
A recusa não isenta o infrator de penalizações. Igualmente a quem faz o teste e tem a embriaguez constatada, o condutor receberá multa gravíssima, penalização financeira, de R$ 2.934,70, e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além de retenção do veículo.
Sobre o aumento de autuações nos últimos anos, o chefe da comunicação da PRF-RS acredita que se deva à intensificação e aprimoramento das ações fiscalizatórias. Para ele, por enquanto, não é possível traçar uma alteração do comportamento da população nesse período com relação a dirigir e beber.
Até a publicação desta reportagem, o Comando Rodoviário da Brigada Militar não forneceu análise dos números.