O governo federal decidiu, nesta quarta-feira (5), criar um grupo de trabalho interministerial para traçar medidas para valorização da "cultura de paz" e contra violência no país. A criação do GT foi informada pelo ministro da Secretaria da Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, e vem na esteira da tragédia nesta manhã em creche em Blumenau, Santa Catarina.
Um ataque na creche Cantinho Bom Pastor deixou quatro crianças mortas nesta manhã, segundo o Corpo de Bombeiros. O assassino, de 25 anos, levava uma machadinha e uma faca e, após fugir do local do crime, se apresentou à Polícia Militar.
De acordo com ministro da Secom, o GT será composto pelos Ministérios da Educação, Justiça, Direitos Humanos e Secretaria-Geral e deve ser coordenado pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Segundo Pimenta, a ideia é valorizar na sociedade uma cultura da paz, de não violência e analisar como o governo pode administrar a rede de segurança. Ele ressaltou, contudo, que a administração de escolas e creches não cabe ao governo federal.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizou com as famílias das vítimas das crianças que morreram no ataque. O chefe do Executivo disse, em publicação no Twitter, que uma tragédia como essa é "inaceitável", além de ser um ato de "covardia" e "ódio". Diante do ocorrido, foi atualizada a agenda oficial do presidente. Foi incluída reunião com os ministros das pastas que farão parte do GT às 15h30min.
"Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor", escreveu.
Esclarecimento sobre a cobertura
GZH (ZH/DG/Rádio Gaúcha/Pioneiro) decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).