Logo após o ataque que aconteceu na manhã desta quarta-feira (5) na escola infantil Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, em Santa Catarina, vitimando quatro crianças, diversos áudios começaram a circular pelas redes sociais. Nas mensagens, pessoas alertavam, erroneamente, para outros supostos ataques em instituições de ensino infantil pelo Estado catarinense.
Os áudios afirmam que as cidades de Gaspar e de Guaramirim também estariam sofrendo atentados similares. As mensagens, porém, foram desmentidas por órgãos catarinenses. Em comunicado, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que o caso de Blumenau foi isolado e pediu para que as pessoas busquem informações em sites oficiais do governo do Estado.
— Estamos vendo um grande número de informações sendo divulgadas, dos mais diversos jeitos, com as mais diversas características, que são notícias infundadas. Inicialmente, é importante considerar que este foi um fato isolado, fato acontecido em Blumenau. A Polícia Civil já está investigando e verificando toda a situação. Temos que manter a calma para que possamos executar este trabalho aqui. É importante evitarmos a divulgação de fake news, porque isto causa uma comoção social em Santa Catarina, no Brasil e, inclusive, internacionalmente — disse o delegado, em vídeo.
Na coletiva de imprensa sobre o caso, realizada na tarde desta quarta-feira, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, também fez um apelo para que as pessoas não divulguem fake news. Segundo ele, é um dos maiores desafios do caso, no momento. Também na conversa, Ulisses Gabriel reforçou que é um fato isolado e que não tem relação com outras práticas criminosas tampouco oriundo de práticas de jogos.
Em nota, a prefeitura de Gaspar também destacou que não há motivo para acreditar que não tenha sido um fato isolado e enfatizou que, no momento, não há nenhuma unidade de ensino no município com registro de ocorrências ou incidentes.
"Todas as escolas e Centros e Desenvolvimento Infantil (CDI’s), públicas ou privadas, recebem uma intensificação do patrulhamento da Polícia Militar, juntamente com a Superintendência de Trânsito. As aulas estão mantidas e não há orientação para retirar crianças das unidades", aponta o documento.
Leia a nota da prefeitura de Gaspar na íntegra:
"Comunicado – Tragédia em Blumenau e segurança escolar
A Prefeitura de Gaspar lamenta profundamente o ocorrido nesta quarta-feira, dia 5, em Blumenau, no Cantinho do Bom Pastor, creche que sofreu um atentado deixando um rastro de dor e sofrimento para famílias. A Prefeitura informa que, segundo orientações da Polícia Militar e da Polícia Civil, não há motivo para acreditar que não tenha sido um fato isolado. Nenhuma unidade de ensino de Gaspar registrou ocorrências ou incidentes. Todas as escolas e Centros e Desenvolvimento Infantil (CDI’s), públicas ou privadas, recebem uma intensificação do patrulhamento da Polícia Militar, juntamente com a Superintendência de Trânsito. As aulas estão mantidas e não há orientação para retirar crianças das unidades.
Também foi realizada uma reunião com todos os diretores das unidades de ensino do município, Secretaria de Educação, prefeito Kleber Wan-Dall e Polícia Militar nesta manhã, reafirmando os protocolos de segurança. Os profissionais foram orientados a ficarem atentos a pessoas estranhas e manterem os portões fechados, como sempre. Os pais que desejarem buscar seus filhos serão autorizados, porém, não há orientação de que seja necessário tirar as crianças da unidade.
Além disso, a Prefeitura de Gaspar reforça que, desde 2021, todas as escolas e CDIS possuem um sistema de segurança eletrônico. Os portões só abrem com o destravamento de um funcionário que visualiza através de uma câmera de segurança. Somente pais e responsáveis já conhecidos dos funcionários e autorizados podem buscar as crianças nos CDI’s".
Esclarecimento sobre a cobertura
GZH (ZH/DG/Rádio Gaúcha/Pioneiro) decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).