Autoridades públicas lamentaram a tragédia ocorrida na creche infantil Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina (SC). Um homem de 25 anos invadiu a escola e matou ao menos quatro crianças, na manhã desta quarta-feira (5). Armado com uma machadinha, o suspeito teria pulado um muro para invadir o local. Ele atacou crianças no pátio, fugiu e se apresentou em um quartel da Polícia Militar, onde foi detido.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para lamentar o ocorrido. "Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor", escreveu no Twitter.
Em seguida, o chefe de Estado tratou a tragédia como "inaceitável" e disse que o ato foi "um comportamento absurdo de ódio e covardia".
A primeira-dama, Janja, também deixou seus pêsames aos familiares das vítimas e à população da cidade em que o crime aconteceu. "Acompanhando com muita angústia as notícias sobre o ataque a uma creche em Blumenau. Toda minha solidariedade e carinho neste momento difícil para as famílias e toda a população da cidade", relatou.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, se pronunciou por meio de um vídeo publicado nas redes, anunciando luto por três dias em todo o Estado.
— É uma tragédia, levando a vida de inocentes. Santa Catarina está chocada, consternada. Eu já decretei luto, e é um alerta para todos nós da sociedade. A gente precisa conversar mais, a gente precisa chamar mais a família para dentro da escola. Lamentavelmente, é uma dor profunda. Que Deus conforte as famílias desses anjinhos — lamentou o governador.
Em seguida, Mello falou sobre o papel das autoridades em relação ao ataque, o segundo em território catarinense nos últimos três anos.
— Nós, como gestores públicos, precisamos pensar o que a gente pode fazer para contribuir para aumentar essa segurança em todos os aspectos — finalizou.
Mello está em Blumenau, junto com as Forças de Segurança do Estado, por conta da invasão seguida de mortes na creche. Conforme nota oficial do governo de Santa Catarina, as aulas da rede estadual estão suspensas até a quinta-feira (6).
A prefeitura de Blumenau decretou luto oficial de 30 dias no município. À Rádio Gaúcha, o prefeito Mário Hildebrandt disse que vai criar ainda hoje um gabinete de crise para atender famílias das vítimas e professores das creches da cidade.
O ministro da Educação, Camilo Santana, cita uma "dor imensurável" quanto ao caso e afirma estar acompanhando de perto o decorrer das investigações, o tempo todo em contato com o governador de SC. "Recebemos chocados a informação do ataque a uma creche em Santa Catarina, vitimando crianças indefesas e provocando uma dor imensurável às famílias e angústia à população. Minha solidariedade a todos diante dessa tragédia, que comove o país", escreveu no Twitter.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, prestou condolências aos familiares das vítimas do ataque: "Minha solidariedade profunda às famílias das vítimas dos crimes em Blumenau. Como pai, sinto a dor na alma, pois a conheço. Estarei com o presidente Lula daqui a pouco para o debate de medidas de apoio aos estados, municípios, escolas privadas e suas comunidades".
Esclarecimento sobre a cobertura
GZH (ZH/DG/Rádio Gaúcha/Pioneiro) decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).