A delegacia da Polícia Federal em Santa Maria deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15), a Operação El Viajero. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, sendo três no município da Região Central e outros três em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste. Ninguém foi preso.
Os alvos são suspeitos de integrarem uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas. Cargas de MDA, droga sintética com o mesmo princípio ativo do ecstasy, skunk e maconha eram trazidas de Montevidéu, no Uruguai, para Santa Maria. Parte ficava na cidade e parte era levada até Florianópolis, em Santa Catarina. A operação desta quarta também contou com ordens da Justiça Federal para quebra de sigilo bancário dos suspeitos.
Conforme o delegado Anderson Lima, responsável pela operação, a investigação do caso começou em outubro de 2022, quando um homem foi detido pela Brigada Militar em Santa Maria. Com ele foram encontrados cinco quilos de MDA e cerca de R$ 400 mil em dinheiro.
O suspeito foi liberado porque a polícia não conseguiu, em um primeiro momento, identificar que droga ele transportava. O entorpecente precisou ser encaminhado para testes em Porto Alegre para que fosse possível concluir que se tratava do MDA.
O homem passou a ser investigado e a Polícia Federal apurou que ele chegava a fazer até três viagens à capital uruguaia por semana, sempre levando grandes quantias em dinheiro vivo e retornando com as drogas. Por isso o nome da operação, "El Viajero" — "o viajante", em espanhol.
— Foram dezenas de viagens, dentre aquelas que nós conseguimos identificar pelo aparelho celular. Ele se comunicava com uma determinada pessoa e dizia que estava chegando em tal cidade. Entre março e outubro ele fez mais de 20 viagens, sempre transportando droga e dinheiro. É uma quantidade bem expressiva, ele sempre mencionava que estava com malas de drogas, ele usa essa expressão — explica o delegado.
A investigação trabalha agora para identificar os integrantes da organização em Montevidéu. Ainda não se sabe se são uruguaios ou brasileiros que atuam a partir do país vizinho.
— O objetivo das buscas de hoje (quarta) é tentar identificar esse braço internacional e também melhor delimitar as pessoas que atuam aqui na região. Todas essas pessoas usam das mais diversas formas de comunicação, que praticamente não deixam rastros — explica o delegado.