O empresário Alexander Augusto de Almeida, 49 anos, que está sendo investigado em inquérito policial desde o ano passado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens, ficou famoso em 2013, quando viralizou em um vídeo publicado pela revista Veja.
- Empresário ficou conhecido como "rei do camarote" após vídeo viral sobre gastos em baladas
- Ele já havia sido investigado pela polícia duas vezes, mas as supostas vítimas não representaram contra ele
- Desde 2021, ele foi arrolado entre os suspeitos de lavagem de dinheiro e ocultação de bens relacionados à construção de galpões em Atibaia
- A defesa de Alexander diz que os galpões foram adquiridos de forma lícita e que ele não cometeu nenhum crime
O vídeo fazia parte uma matéria em que o empresário falava sobre os "dez mandamentos" da noitada. No conteúdo divulgado, Alexander aparecia ao lado de várias garrafas de bebidas alcoólicas, com o som da música Traz a Bebida que Pisca, da cantora Valesca Popozuda, e contou que gastava cerca de R$ 50 mil por noite.
Logo após a divulgação do vídeo, o conteúdo viralizou. Os internautas então decidiram apelidar o empresário de "rei do camarote". Para aproveitar o engajamento dos usuários das redes sociais, a expressão acabou sendo adotada por várias empresas para tentar vender seus produtos.
Devido à repentina fama conquistada, o empresário optou por excluir suas redes sociais pouco tempo depois da publicação do vídeo.
Envolvimento em supostos crimes
Alexander já foi investigado pela polícia por supostas agressões contra a filha, em 2008, e contra a ex-mulher, em 2011. A ex-mulher dizia que Alexander a agredia com frequência e que estourou um dos tímpanos quando atingida por um golpe dele, além de sofrer ameaças.
O empresário nunca compareceu às delegacias, mas chegou a ser indiciado por ameaça, injúria, lesão corporal e violência doméstica. No entanto, como as supostas vítimas não fizeram nenhuma representação contra ele, o caso não prosseguiu. Alexander nunca fez declarações públicas sobre essas acusações.
Lavagem de dinheiro e ocultação de bens
Desde o ano passado, Alexander está sendo investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo é o órgão responsável pela apuração do caso.
Alexander foi citado no inquérito após a polícia encontrar seu nome em documentos pertencentes ao ex-sócio Antônio Vinicius Gritzbach, que estava sendo investigado por lavagem de dinheiro. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Gritzbach e encontrou documentos relacionados a imóveis e a um condomínio de galpões em Atibaia, em São Paulo.
Os policiais, então, descobriram que Alexander era dono dos galpões desde 2020, e que havia um projeto aprovado para a construção de mais 80 galpões em Atibaia. Gritzbach teria começado na empresa de Alexander como vendedor e terminado como gerente.
Os policiais também descobriram que a antiga proprietária do empreendimento negociou 25 galpões, mas só ergueu 17, tendo vendido todo o condomínio posteriormente para Alexander, que assumiu a construção do que ficou pendente e de toda área desocupada.
Jonas Marzagão, advogado de Alexander, enviou uma nota ao G1, na qual alega que seu cliente adquiriu de forma lícita a área dos galpões. Até o momento, o empresário não se manifestou sobre o caso.