Os dois soldados investigados por terem colocado uma sacola na cabeça de uma mulher algemada durante abordagem em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estão detidos desde quarta-feira (4) no Presídio Militar de Porto Alegre — para onde são levados os policiais que cometeram crimes ou são investigados. A Brigada Militar não informou, mas a reportagem da RBS TV confirmou os nomes dos PMs nesta quinta (5).
Um deles é João Victor Alves Viana, 30 anos, que entrou em novembro de 2018 na BM. O outro é Leanderson Alves da Silva, 25, desde março de 2021 na corporação.
O caso é investigado como abuso de autoridade e tortura, de acordo com nota divulgada pela Corregedoria-Geral da BM.
Os dois foram detidos na manhã passada — no dia seguinte ao depoimento da vítima. A Corregedoria pediu que os policiais comparecessem à sede na Capital e, quando chegaram, foram informados sobre o mandado de prisão.
Os dois estavam lotados no 3º Batalhão de Polícia Militar, que fica em Novo Hamburgo. Nesta quinta-feira, foi publicada no Diário Oficial do Estado a determinação para ambos sejam agregados, ou seja, fiquem afastados para responder à investigação.
Abordagem em Novo Hamburgo
O caso aconteceu na noite do último domingo (1º) em um bar no bairro São José. Testemunhas afirmam que os policiais fecharam as portas do estabelecimento, mas, por uma fresta, uma pessoa gravou a abordagem.
Nas imagens, é possível ver o momento em que um dos PMs coloca um saco plástico na cabeça de uma mulher, enquanto outro assiste.
Segundo relato da mulher, os policiais chegaram ao local apontando uma arma para a cabeça do marido dela e mandando os dois entrarem no bar. A vítima, que preferiu não se identificar, afirma que o companheiro foi agredido, algemado e que também teve um saco de plástico colocado na cabeça.
O que diz a defesa dos PMs
O advogado Jair Canalle, que defende o soldado Leanderson, disse que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação e que, por isso, não irá se manifestar agora.
O advogado Vinicius Vargas, que trabalha para o soldado João Victor, afirmou que só irá se manifestar no processo, no momento adequado.