Um crânio em avançado estado de decomposição foi encontrado na região entre Canoas e Cachoeirinha, na manhã desta sexta-feira (13). No local, havia ainda pedaços menores de corpo humano.
Segundo o delegado Carlos de Assis, da 2ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, os restos mortais estavam na Estrada Passo do Nazario. De acordo com o policial, o local é utilizado por criminosos para execução e desova de cadáveres que tenham sido mortos na Região Metropolitana.
Conforme Assis, a Polícia Civil foi acionada por volta das 9h desta sexta, depois que um cachorro foi visto carregando o crânio. Estimativa inicial aponta que os restos mortais são de uma mulher e que estariam havia cerca de três semanas no local.
Segundo a polícia, foram encontradas roupas e um par de tênis que podem ser a chave para identificar a vítima de maneira mais ágil:
— A suspeita é de que seja uma mulher sequestrada em dezembro. Estamos atrás de familiares, que já vieram registrar ocorrência. A partir da identificação abriremos uma investigação para entender o que aconteceu.
A maioria dos homicídios na Estrada Passo do Nazario são cometidos por criminosos de outras cidades, conforme o delegado. A via tem sinais de abandono e fica entre Canoas, Cachoeirinha e Esteio.
— A região é um foco de problemas, virou um matadouro para criminosos das três cidades mais próximas. Foram seis homicídios naquela região em 2022. Acredito que falta diálogo entre as prefeituras, iluminação pública, além de câmeras e cercamento eletrônico — explica o delegado.
Caso a hipótese inicial de Assis sobre a identidade da vítima não se confirme, o Instituto-Geral de Perícia fará análises no material para fornecer padrões genéticos para a 2ª DP de Cachoeirinha comparar com pessoas que busquem a Polícia Civil para encontrar algum parente desaparecido. A partir da identificação da pessoa que foi morta a investigação avançará sobre os motivos e a busca pela autoria.
O processo de identificação nestes casos, com apenas parte do corpo para analisar o material genético, pode acontecer por meio de exames de imagens da pessoa desaparecida. Isso porque raio X de ossos do crânio revelam detalhes que são preservados após a morte.