A executiva do PDT em São Leopoldo recebeu, na manhã desta sexta-feira (23), pedido do vereador Rafael de Souza (PDT) para afastamento da função de presidente municipal do partido. Esta foi a primeira manifestação do parlamentar depois de sofrer buscas em casa e no gabinete na Operação Consiglieri, da Polícia Civil, na quinta-feira (22).
O parlamentar é suspeito de praticar rachadinha e de liderar esquema de cobrança de propina para liberação de alvarás de funcionamento a empresas.
Por determinação judicial, atendendo a pedido da polícia, Souza já está afastado da função de vereador. O chefe de gabinete do parlamentar, Eduardo de Moraes Schmitz, também é investigado e foi afastado por ordem judicial.
Já os agentes públicos que também foram alvo da operação — o secretário de Administração, Thiago Gomes, e o diretor-adjunto do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae), Venalto Seus Severo — foram exonerados na quinta-feira, logo depois das buscas feitas por policiais. Contra eles, também havia ordem judicial de afastamento das funções.
O PDT municipal ainda não havia se manifestado sobre o caso, mas tinha expectativa de receber o pedido de afastamento.
A investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de São Leopoldo (Draco) começou em 2020, a partir de denúncias de cobranças por parte de agentes públicos para liberação de alvarás a empresas. Souza foi secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico entre 2017 e 2020, período em que Venalto também atuou na pasta. Gomes faria parte do mesmo esquema.
Durante a apuração, a Draco verificou não só ações de supostas cobranças para liberação de alvarás, mas também a suposta prática de rachadinha. Conforme a polícia, o vereador exigiria valores de funcionários ocupantes de cargos em comissão (CCs) indicados por ele. O parlamentar, usando o poder como presidente do PDT na cidade, faria ameaças de exoneração e de perseguição política para quem não pagasse.
Nota da Executiva do PDT de São Leopoldo
A Executiva do PDT de São Leopoldo se reuniu na manhã do dia 23/12, para tratar, exclusivamente, dos fatos ocorridos com o Vereador e Presidente Rafael Souza.
De antemão, o PDT Leopoldense repudia qualquer ato de corrupção, improbidade ou imoralidade e não vai compactuar com qualquer ato nesse sentido. O partido segue a linha, a memória e a história de Ary Moura e Olimpio Albercht, que deixaram um legado em São Leopoldo, além da trajetória irretocável de Brizola, nesse sentido, prezamos pela manutenção da imagem politica do PDT, construída ao longo do tempo pelo trabalhismo.
O Presidente Rafael encaminhou na data de hoje o pedido de licença da função de Presidente Municipal para se dedicar a sua defesa. O Partido recebeu o pedido e encaminhou ao Presidente Estadual do PDT.
A Executiva do PDT Leopoldense informa que o partido está dialogando internamente, se reunindo, ouvindo seus membros e buscando o caminho de consenso, a fim de ter a tranquilidade necessária para a reconstrução partidária.
Temos eleições municipais do partido em abril de 2023, então, com o pedido de licença do Presidente, Geison Freitas assume a Presidência interina do partido, com Juliano Maciel de 1º Vice-Presidente e Fabiano Haubert como 2º Vice-Presidente, os demais cargos permanecem sem alterações.
Reafirmamos que o PDT é um partido limpo, honesto, íntegro e que fatos isolados de alguns filiados não correspondem ao histórico do PDT, e, após a finalização dos processos judicias, as medidas internas serão tomadas.