Começou por volta do meio-dia desta sexta-feira (16) o depoimento do policial militar da reserva catarinense acusado de matar o filho recém-nascido e mais quatro pessoas da mesma família numa casa no bairro Jardim Itú-Sabará, na zona norte de Porto Alegre, em 2016. Ronaldo dos Santos, 58 anos, está preso desde 2021.
— Nego que tenha matado as cinco vítimas — disse o PM.
O julgamento ocorre no plenário da 4ª Vara do Júri do Foro Central e é presidido pela juiz Tadeu Trancoso de Souza. Antes do réu, cinco testemunhas de defesa prestaram depoimento.
A chacina foi descoberta uma semana após o crime, quando os corpos já estavam em estado avançado de decomposição. Lourdes Felipe, 64 anos, os filhos dela Walmyr Felipe Figueiró, 29, e Luciane Felipe Figueiró, 32, e os netos João Pedro Figueiró, cinco anos, e Miguel, um mês, foram assassinados dentro de casa. O motivo do crime, segundo a acusação do Ministério Público (MP), seria o bebê, um filho indesejado que o réu teve com Luciane, com quem ele manteria relação extraconjugal.
Em 30 de agosto, o Conselho de Sentença foi dissolvido em razão de uma discussão acalorada entre o advogado Leonardo Duarte e o promotor Eugênio Paes Amorim. A decisão foi tomada pela juíza Cristiane Busatto Zardo na oportunidade a pedido do advogado e do representante da OAB que compareceu em plenário, com o argumento de que não haveria ambiente para continuar em razão dos acontecimentos.
Ronaldo, que já havia prestado depoimento no primeiro júri, reforçou a sua a sua versão de como era o relacionamento dos dois — ela morava em Porto Alegre, e ele, em Santa Catarina.
Segundo ele, foi informado por uma conhecida de que uma mulher estava grávida de um filho dele. O PM afirmou que viajou para Porto Alegre para tentar esclarecer os fatos e que tentou achar uma clínica para fazer o teste de paternidade, mas teria desistido por não ter encontrado alguma aberta na Capital. Ele afirmou ainda que, por esse motivo, foram a Tubarão fazer o teste. Foi neste município que o menino nasceu.
Ele disse que, no nascimento do filho, ainda não sabia se era ou não pai da criança, e alegou que, mesmo assim, deu ajuda financeira a Luciane. Disse que depois foi feito exame de DNA que confirmou que o filho era dele.
Durante a tarde começam os debates entre acusação e defesa. A sentença deve ser proferida ainda nesta sexta-feira.