Em recuperação dos ferimentos causados pelos dois tiros que levou de um assaltante, em Viamão, na Região Metropolitana, enquanto comprava carne para o almoço, a policial militar de 34 anos, que prefere não se identificar, lembra dos momentos até ser socorrida: "eu só pensava em não morrer".
A PM foi baleada dentro de uma casa de carnes, na RS-040, na tarde do domingo (2). O suspeito foi preso horas depois em um matagal em Viamão.
A PM é lotada no 2º Regimento de Polícia Montada, em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste. Estava em Viamão visitando o namorado.
— Já fui várias vezes nessa casa de carnes. Estava na fila para pedir carne assada, não vi o assalto. Quando fui pagar, dei de cara com o assaltante saindo com a arma na mão — conta a policial.
Naquele momento, o criminoso já havia rendido os proprietários do comércio e recolhido o dinheiro. A policial, que estava de folga e à paisana, estava com a arma na cintura:
— Sabia que ele veria minha arma. Foi tudo muito rápido. Ele falou algo para mim que não entendi. Acho que disse para eu entrar. Saquei a arma e atirei três vezes.
O criminoso não foi atingido. Ela levou um tiro no abdômen e um tiro nas costas, na altura dos ombros. Trabalhando há 13 anos na Brigada Militar, a PM disse já ter passado por confrontos, mas nunca tinha tido uma situação de assalto nem havia sido ferida.
Conforme a soldado, que tem uma filha de cinco anos, os disparos só atingiram a pele.
— Só consigo pensar que não era a minha hora — comemora a PM, que ficará afastada do trabalho até a plena recuperação.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, foi preso na noite do domingo (2) em uma ação conjunta da Polícia Civil e do 18º Batalhão da BM, em um matagal próximo a um condomínio, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Com ele, foram apreendidas munições. A arma do crime e o dinheiro levado no assalto não foram encontrados.
O homem, que foi reconhecido pela policial baleada, teria dito a agentes, informalmente, que cometeu o assalto para conseguir dinheiro porque estava devendo para traficantes. No depoimento na delegacia, ele optou em ficar em silêncio. O suspeito foi autuado em flagrante por tentativa de latrocínio e resistência. Conforme a Polícia Civil, o suspeito tem antecedentes por roubo e furto qualificado.