A terceira vítima do ataque ao bar no bairro Campo Novo, na zona sul de Porto Alegre, foi identificada como Manoela Yres Campos, 17 anos. A jovem estava internada em estado grave, em Porto Alegre, desde o dia do tiroteio, no domingo (4). Ela morreu na terça-feira (6).
Outras duas pessoas morreram ainda no dia da ação: Prisciele Leticia Castilhos Farias, 29 anos, e Dabson Jordan Simões de Moura, 23. Conforme a polícia, outras 23 pessoas ficaram feridas e receberam atendimento médico — algumas foram liberadas no mesmo dia. Dois feridos seguem internados em estado grave, um deles é um adolescente de 14 anos.
À frente do caso, o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acredita que possam existir mais vítimas além das contabilizadas até o momento. Uma delas seria uma criança de quatro anos, moradora da Capital, que teria sofrido um ferimento no pé e sido levada ao hospital por familiares.
O ataque a tiros ocorreu por volta das 22h30min de domingo (4), em um estabelecimento comercial na Rua Rio Grande, na Zona Sul. Conforme a Brigada Militar (BM), indivíduos desceram de um carro atirando contra as cerca de 80 pessoas que estavam no bar. Segundo a Polícia Civil, houve revide de pessoas que estavam dentro do local. O grupo que iniciou o tiroteio saiu e voltou outras duas vezes, atirando de novo, segundo informação de testemunhas à polícia. Na ação, 26 pessoas ficaram feridas — três vieram a óbito.
O ataque teria sido mais um episódio da guerra entre duas facções que vêm promovendo retaliações em Porto Alegre. A Polícia Civil acredita que a ação no bar tenha sido ordenada por uma facção originada no Vale do Sinos, em uma região que é de domínio do grupo rival, nascido na Vila Cruzeiro e atuante na zona sul da Capital.
Em suposta "resposta", o grupo da Cruzeiro teria ordenado o arremesso de uma granada em um condomínio localizado na esquina das avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, na área central, espaço onde atua o grupo do Vale do Sinos. Os casos são investigados pela Polícia Civil, assim como outros ataques registrados nos últimos meses.
A guerra entre os grupos teria sido retomada em razão do assassinato de uma liderança do grupo da Cruzeiro em 21 de junho e porque o grupo teria expulsado a facção do Vale do Sinos do único ponto de tráfico que ele controlava dentro da Vila Cruzeiro. Assim, a facção da Zona Sul assumiu o comando do Acesso 5 da Cruzeiro. Os conflitos entre os grupos iniciaram em março, mas haviam sido sufocados em maio.