O julgamento de quatro dos cinco acusados pela morte de um empresário no estacionamento de um supermercado na zona sul de Porto Alegre, em 2016, que teve início às 10h8min desta sexta-feira (19), seguia durante a noite. O crime aconteceu no estacionamento do Zaffari da Avenida Cavalhada, na zona sul da Capital.
Após a explanação do promotor Luiz Azevedo, os advogados de defesa, durante mais de duas horas, pediram a absolvição dos réus. Por volta de 17h30min, o defensor público Eledi Amorim começou sua fala rebatendo os apontamentos da promotoria. Um dos fatos refere-se ao suspeito Bruno Fernando Teixeira, que atenderia pela alcunha de BiBoy. O defensor localizou um documento apontando a existência de outro suspeito, também chamado Bruno, que responderia pela mesma alcunha.
Além de Bruno, Amorim representa Carlos Henrique dos Santos Duarte e Geovani Bueno Antunes. Amorim também afirmou ser "falácia" do MP a afirmação de que “todo crime tem um mandante”, uma vez que o réu confesso, Rafael Panosso de Albuquerque, assumiu a responsabilidade sozinho.
A fala do defensor encerrou-se às 18h24min, pedindo que os réus representados por ele, Bruno, Geovani e Carlos, sejam inocentados.
— Não há nenhuma prova contra eles — disse o defensor.
Na sequência, o defensor Álvaro Fernandes utilizou seu tempo de fala, que se encerrou às 19h, para reafirmar que a prisão de Bruno e Geovani seria uma injustiça e criticou a acusação de corrupção de menor imputada contra o grupo, em referência à adolescente envolvida no caso.
— Não há como corromper alguém que já é corrompida — disse o Fernandes.
Após breve recesso, às 19h08min quem teve a palavra foi o advogado Jean Severo, que representa Rafael Pabosso de Albuquerque. Ele reiterou que o seu cliente não fazia ideia de que haveria uma criança dentro do automóvel.
O advogado relatou que Rafael, que confessou o crime em sua fala, nunca negou sua culpa, mas pede que o mesmo seja condenado apenas por homicídio qualificado. Ele pediu que, em vez de tentativa de homicídio contra a criança, ele fosse condenado por lesão corporal.
— Vamos ter um pouco de empatia. Em nenhum momento passou pela cabeça do Rafael que poderia haver uma criança ali — disse Severo.
Acompanhado da advogada Mirela Cabral, Severo apresentou ao júri uma foto da perícia do veículo que o empresário dirigia no momento do crime. Eles argumentaram que o fato de a janela estar fechada comprovaria que Rafael não sabia que havia uma criança no interior do carro. Severo também mencionou que o réu confesso teria tentando cometer suicídio na prisão devido ao peso na consciência.
Mirela fez uso dos últimos minutos de sua fala para questionar a conduta da adolescente que teria 21 anos hoje e segue em liberdade, tendo sido supostamente a responsável por induzir o engano que culminou no crime.
Após novo intervalo, o promotor Luiz Azevedo retornou ao tribunal do júri, às 20h08min, para apresentar sua réplica. Em sua fala, ele retomou sua argumentação destacando a gravidade do crime. Às 21h05min, Azevedo agradeceu ao júri e pediu que os jurados votem pela condenação dos réus.