Quatro dos cinco acusados pela morte de um empresário no estacionamento de um supermercado de Porto Alegre em 2016 vão a júri nesta sexta-feira (18). Marcelo Oliveira Dias tinha 44 anos à época e foi morto a tiros na frente da filha, então com quatro anos e atingida por um tiro no rosto. O crime aconteceu no estacionamento do Zaffari da Avenida Cavalhada, na zona sul da Capital.
O júri desta sexta-feira ocorre a partir das 9h30min, no salão do Tribunal do Júri do Foro Central de Porto Alegre. A denúncia do Ministério Público aponta que o empresário teria sido confundido com um traficante e acabado vítima de uma emboscada. Conforme a Polícia Civil, dois detentos que lideravam uma organização criminosa com sede no bairro Bom Jesus queriam executar um rival para dominar o tráfico na região do Beco do Adelar, entre os bairros Aberta dos Morros e Serraria, zona sul de Porto Alegre.
Os réus Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Carlos Henrique dos Santos Duarte, Geovani Bueno Antunes e Rafael Pabosso de Albuquerque foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio, ambos triplamente qualificados.
Eles também serão julgados por organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor, por usarem um carro roubado com placa adulterada, além de corrupção de menores, pela presença de uma adolescente no bando. O quinto réu, Fabio Fogassa, será julgado separadamente em razão de cisão no processo determinada pela Justiça.
— Este é um crime hediondo, que chocou a todos pela gravidade e deixou uma família destruída. Uma emboscada cruel, concretizada na frente de uma criança, e o Ministério Público trabalhará pela condenação dos acusados — disse o promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atuará em plenário.
Os réus Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Carlos Henrique dos Santos Duarte e Geovani Bueno Antunes são representados pela Defensoria Pública do Estado. Em nota, o órgão informou que "que somente se manifestará durante a sessão do júri".
A defesa de Rafael Pabosso de Albuquerque fica a cargo do advogado Jean Severo. A GZH, ele afirma que vai trabalhar para fazer o que for viável dentro das possibilidades processuais.
— É um júri muito sensível, mas faremos a defesa do Rafael dentro daquilo que achamos que ele deve ser bem defendido, pois achamos que a acusação se excede em alguns pontos. Naquilo que ele tiver de confessar, ele vai confessar, o que inclusive é uma vontade dele. Esse rapaz sofre muito desde que eu tive contato com ele. Vamos fazer o que está dentro das possibilidades processuais, mas não é nada fácil — pontua o advogado.