Começa nesta quarta-feira (5) o julgamento de seis réus acusados de matar o policial da Brigada Militar Bento Júnior Teixeira Borges, de 36 anos. A sessão está marcada para iniciar às 9h no Fórum de São Gabriel.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o militar foi espancado e morto com golpes de facão e garrafadas no dia 25 de dezembro de 2016, após, mesmo de folga, tentar intervir em uma briga generalizada em um posto de combustíveis do município. Além do policial, um adolescente de 16 anos também morreu na confusão.
Todos os réus seguem presos e respondem por homicídio com três qualificadores: por motivo torpe, meio cruel e por não ter dado chances de defesa à vítima, além de corrupção de menores. Alguns também são acusados por dano, já que depredaram o carro do policial. Outros quatro réus serão julgados em uma segunda sessão, marcada para o dia 24 de agosto.
Gabriel Ferraz da Silva, 16 anos, também morreu na confusão. Ele foi o primeiro a atacar Bento com um facão. O policial reagiu e atirou no adolescente, que não resistiu. Depois disso, os demais acusados tomaram a arma do PM e o agrediram com socos, chutes, garrafadas e golpes de facão. Bento era soldado da Brigada Militar havia 10 anos. Ele era casado e tinha uma filha de dois anos à época do fato.
A promotora Lisiane Villagrande Veríssimo da Fonseca atua no caso desde o seu início e ressalta que há provas robustas contra os réus. Ela ressalta que esse é o momento de dar uma resposta à comunidade gabrielense.
— A expectativa do Ministério Público é de que finalmente a sociedade, na pessoa dos jurados, dê essa resposta, forneça a justiça que a família do soldado Bento e a própria comunidade do São Gabriel esperam, com a condenação dos réus — afirma.
Nesta quarta-feira, serão julgados Adriel Gomes Corrêa, Anderson Martins Pedroso, Sílvio Jobim D' Ávila, Robison Carvalho Pereira, Paulo César dos Santos Ferrer e Alan Costa Rieffel. O defensor público Andrey Régis de Melo será responsável pela defesa dos acusados.
— Trata-se de um caso bastante complexo. Os autos do processo evidenciam uma enorme quantidade de prova testemunhal, existem vídeos, provas periciais. Então o plenário será marcado por um intenso debate. A Defensoria Pública espera cumprir a sua missão constitucional que é garantir a plenitude de defesa de todos aqueles que se sentam no banco dos réus, para que ao final, o povo, fazendo a síntese daquilo que dirá a acusação e a defesa, possa decidir — afirma Melo.
No dia 24 de agosto serão julgados os réus Roberto Carlos Carvalho Pereira, Giovani Castro Morback, Anderson Varreira dos Santos e Patrick Cassal Madri. Além dos 10 réus, ao longo da investigação da Polícia Civil, nove adolescentes foram responsabilizados por ato infracional de homicídio e chegaram a ser internados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case).
O júri será presidido pela juíza titular da comarca de São Gabriel, Juliana Neves Capiotti. A previsão é que o julgamento se estenda por dois dias.