O programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, durante o quadro Mais Vozes, ouviu diferentes autoridades sobre a questão de furto de cobre no Rio Grande do Sul. O material tem sido alvo de criminosos devido a sua valorização no mercado mundial nos últimos dois anos. Locais como o parque Marinha do Brasil, o Parcão, a Redenção e linhas da Trensurb e o Túnel de Conceição são algumas das áreas afetadas pela ação dos ladrões.
No Mais Vozes, foram ouvidos o superintendente técnico da CEEE Grupo Equatorial, Julio Hofer, o presidente da CDL de Porto Alegre, Irio Piva, o gerente de operações da Trensurb, Carlos André da Silva, o diretor do Departamento de Planejamento e Integração da Secretaria de Segurança Pública do RS, coronel Luís Fernando de Oliveira Linch, o secretário-adjunto de Segurança de Porto Alegre, comissário Zottis, e o titular da Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio de Serviços, o delegado Luciano Peringer.
Segundo o superintendente técnico da CEEE Grupo Equatorial, o valor do serviço de reposição e reconstrução de redes tende a ser repassado para os consumidores, aumentando a conta de luz. Ele afirma que foram furtados 52 toneladas de cabos em 2021, causando um prejuízo de R$ 5 milhões. Até maio deste ano, cerca de 30 toneladas de fiação foram furtadas, o que totaliza um prejuízo na ordem de R$ 3 milhões.
Hofer afirma que o município de Rio Grande foi o que mais registrou furto de cobre, seguido por Porto Alegre. O superintendente também destaca que, em ambos os locais, as ocorrências são caracterizadas por pequenos furtos. Já no Litoral, os furtos de fios costumam ser, segundo ele, "mais organizados", o que costuma causar maior impacto nas cidades. Ele cita como exemplo São José do Norte, onde já foram totalizados mais de 60 quilômetros de cabos furtados neste ano.
Já o presidente da CDL de Porto Alegre, Irio Piva, afirma que o furto de cabos tem causado "problemas sérios" para os comerciantes e consumidores da Capital. Ele defende que os infratores e receptadores precisam ser punidos de forma exemplar.
O gerente de operações da Trensurb, Carlos André da Silva destaca que o crime causa impacto nos serviços, que se reflete em lentidão e atrasos para os usuários. Segundo ele, nessas situações, é necessário operar de forma manual, o que "requer uma atenção redobrada". Ele afirma também que os serviços de reposição de cabos ocorre com as operações em pleno funcionamento e que o gasto poderia estar sendo investido em melhorias para o usuário.
Enquanto isso, o coronel Luís Fernando de Oliveira Linch, diretor do Departamento de Planejamento e Integração da Secretaria de Segurança Pública do RS, afirma que está sendo feito um serviço integrado nas forças de segurança do RS para combater o furto de cobre. Ele afirma que não são apenas dependentes químicos que estão tentando "satisfazer o vício" que estão atuando nesse tipo de crime, mas também técnicos ou pessoas que já trabalharam na área da energia elétrica devido ao aumento do valor do material.
O secretário-adjunto de Segurança de Porto Alegre, comissário Zottis, afirma que a pasta, por meio da Guarda Municipal, tem realizado diversas ações no combate ao furto de fios. Ele destaca que no primeiro semestre foram efetuadas prisões de suspeitos que estavam cometendo o crime. Afirma também que, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do RS, as forças de segurança têm atuado fiscalizando ferros-velhos.
O delegado Luciano Peringer, da Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio de Serviços, destaca que, para minimizar a questão do furto de cabos, a Polícia Civil tem atuado em duas frentes: combate aos roubos e receptação. O serviço está sendo feito de forma integrada, tanto em Porto Alegre quanto em todo o RS, dentro do âmbito da Operação Metal.