O governo do Estado estima que pelo menos 300 policiais civis e militares de Porto Alegre devem ter câmeras instaladas nos uniformes até dezembro deste ano. Em abril, 30 agentes da segurança pública testaram os equipamentos durante o South Summit na Capital, e a medida dividiu opiniões entre os postulantes ao Piratini nas eleições de outubro.
A Brigada Militar (BM) está em fase de finalização do Termo de Referência para abertura do processo licitatório para aquisição dos equipamentos. Segundo o diretor de Informática da BM, coronel Alex Severo, foram testados protótipos de pelo menos cinco empresas diferentes, até o momento.
Severo explica que cada modelo tem características diversas, como modo de fixação, resolução da câmera, sistema operacional e duração da bateria. Ele reitera que a implementação da tecnologia vai além da utilização dos dispositivos nos uniformes, pois é preciso garantir a integridade e transparência do serviço por meio de um sistema que seja funcional.
— Não é apenas instalar uma câmera no corpo. Se fosse assim, poderíamos utilizar um celular, por exemplo. É todo um sistema que precisa estar conectado e devidamente integrado para que não haja dúvidas sobre o processo. A câmera precisa estar preparada para capturar áudio, sinal de localização, imagens em alta resolução, sem a possibilidade de edição — esclarece.
Tendência nacional
O uso de câmeras nos uniformes já é realidade em Estados como São Paulo, Rondônia e Santa Catarina. Conforme levantamento publicado neste mês pelo site UOL, as mortes cometidas por policiais militares de São Paulo caíram 80% no último ano, após a instalação das câmeras nos uniformes.
Para o coronel Severo, é uma questão de tempo até que todas as forças de segurança acabem aderindo à utilização dos equipamentos. Na sua avaliação, o Rio Grande do Sul, que iniciou os testes com os dispositivos em março de 2021, avançou rapidamente no processo de implementação.
— Esse é um processo que para nós está sendo bem rápido. Em São Paulo, levou cinco anos. Começamos com os testes no ano passado. Acompanhamos e vimos relatórios dos processos que acontecem no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e em Rondônia e estamos trabalhando com base neles — comenta.