O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso na madrugada de segunda-feira (11) após ser filmado cometendo estupro contra uma parturiente, foi colocado em uma cela isolada no presídio de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o motivo é "garantir a integridade física" do anestesista.
Bezerra ficou inicialmente no Presídio de Benfica, na zona norte da cidade, mas foi transferido para a cadeia pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, após passar por audiência de custódia, na terça-feira (12).
A TV Globo informou que, ao chegar ao Complexo de Gericinó, o médico foi alvo de protestos de presos, que começaram a sacudir as grades e a gritar contra o anestesista. Por causa disso, ele foi colocado em isolamento.
De acordo com a Seap, não há previsão sobre quanto tempo ele ficará em cela separada.
Informações sobre conduta
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) emitiu solicitação de esclarecimento destinada ao anestesista. A medida faz parte de uma das etapas para o procedimento de sindicância, que é aberta em casos de denúncia.
Com isso, o anestesista, que está com a prisão preventiva decretada pela Justiça, tem 15 dias para prestar as informações solicitadas.
Atualmente, Bezerra está impedido de exercer a medicina no país, devido à suspensão provisória aprovada pelo conselho, publicada na terça. Segundo o órgão, a medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica. Em paralelo, está sendo instaurado no Cremerj um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.
Na audiência de custódia de terça-feira, a juíza Rachel Assad indeferiu a liberdade provisória e converteu a prisão em flagrante em preventiva e chamou a atenção para a gravidade do ato praticado pelo médico.
"Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir", destacou a magistrada, na decisão.