O homem preso pelo assassinato do motorista de ônibus Leandro Pinto de Fraga, 40 anos, em Viamão, está sendo indiciado pela Polícia Civil por latrocínio, quando há roubo com morte. O fato ocorreu no último dia 21 na linha Tarumã-Centro, na RS-118, bairro Estalagem.
A polícia não divulgou o nome do indiciado, mas GZH apurou que se trata de Roberto Chagas Nogueira, 39 anos. Ele foi preso na manhã seguinte ao crime, após análises de câmeras de segurança. Em um primeiro momento, Nogueira assumiu a autoria do crime. No entanto, durante os depoimentos decidiu ficar em silêncio. Ele se encontra na Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.
— A gente já conseguiu juntar todos os elementos do caso, em razão do que ficou registrado nas câmeras de segurança e dos relatos de testemunhas que ouvimos nos últimos dias — afirma a delegada Marcela Brito, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Viamão.
Ainda conforme a delegada, o homem havia deixado o sistema prisional no último dia 15, ao progredir para o regime semiaberto. Ele cumpria pena pelo crime de roubo a transporte coletivo e deveria ter se apresentado justamente no dia do assalto para colocar tornozeleira eletrônica. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) confirmou que Roberto já havia cumprido 10 anos e seis meses da pena, restando três anos e dois meses.
O inquérito, que deve ser entregue à Justiça nos próximos dias, concluiu que o crime foi motivado pela reação de Leandro após o assaltante anunciar o crime dentro do ônibus. Imagens das câmeras de segurança mostram que Roberto faz menção de ir ao fundo do veículo e retorna. Em seguida, anuncia o assalto e começa a recolher o dinheiro que está junto do console. Cerca de um minuto depois, o criminoso parte para cima do motorista, que reage. Eles entram em luta corporal e o condutor acaba ferido por um facão no peito. O ladrão ainda recolhe alguns objetos e, depois, desce do ônibus.
A investigação não conseguiu contabilizar a quantia que foi roubada. Segundo passageiros ouvidos pelos agentes, foram levadas apenas algumas moedas.
Apesar de o inquérito já ter sido concluído, o laudo de necropsia do Instituto-Geral de Perícias ainda não foi finalizado. O documento deve ser encaminhado posteriormente ao Judiciário.
Contraponto
A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, que está representando Roberto Chagas Nogueira. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão afirmou que já foi notificado da prisão do suspeito e “está se manifestando nos autos do processo buscando garantir a ampla defesa e o contraditório”.