Familiares de Tatiana Armanini Hauensten, 44 anos, e Giovani Armanini Hauensten, 8, aguardam uma decisão judicial que autorize a cremação dos corpos. Mãe e filho foram encontrados mortos nessa segunda-feira (27), em um matagal próximo a um dos mirantes da Estrada do Perau, em Itaara, região central do RS. O namorado de Tatiana, Leonardo de Lima Zocani, 22 anos, confessou os crimes.
Como trata-se de vítimas de assassinato, é necessária autorização judicial para a cremação. A expectativa é que o pedido seja aceito, visto que os corpos já passaram por necropsia. Caso a liberação ocorra ainda nesta terça-feira (28), a cremação deve ocorrer até o final da tarde no Crematório Santa Rita, em Santa Maria. Antes, deve haver uma cerimônia de despedida de aproximadamente 30 minutos.
Evaldo Armanini, pai de Tatiana, conta que a filha era auxiliar de enfermagem, mas atualmente não exercia a profissão. Ela residia em Itaara há cerca de um ano e meio, vinda de Osório para ficar mais perto dos pais.
Armanini lembra da mais velha entre os três filhos que tem como uma pessoa de bem com a vida e sorridente, assim como o neto Giovani.
— Ela estava sempre rindo, sempre faceira, vivia em torno do filho pequeno, que era especial, e isso tomava o tempo dela. Ela era alegre, sempre positiva. E ele também, estava sempre rindo, alegre, faceiro. Estava sempre brincando, era bem ativo, arteiro — recorda.
Evaldo relata que Tatiana e Zocani mantinham relacionamento desde o início deste ano. Ele lembra que alertava a filha sobre o homem, já que não o conhecia, mas diz que nunca ouviu dela nenhum relato que o desabonasse.
— Era algo recente. E nós, os pais dela, e alertávamos, porque ele era uma pessoa que não conhecíamos muito. Ele era tranquilo, trabalhador, mas o nosso receio é que era uma pessoa desconhecida. Não conhecíamos o histórico dele, família, não conhecíamos nada — afirma Armanini.
Investigação
Conforme o delegado Marcelo Arigony, responsável pela investigação, os primeiros indícios e provas apontam que mãe e filho foram mortos na casa em que moravam, em Itaara. Eles apresentavam ferimentos de faca no pescoço.
— Primeiro fomos até a casa dela, mas estava fechada. Na sequência, fomos procurar onde ele dizia que tinha largado os corpos. Acabamos achando. Pelo que parece, eles foram mortos ainda na residência dela, tendo em vista que foi realizada perícia no local e foram encontrados alguns vestígios de sangue, o que indica que o local foi lavado. Depois os corpos foram carregados e escondidos ali — explica o delegado.
De acordo com o delegado, como Zocani foi ouvido em um primeiro momento em Uruguaiana, depois de se apresentar e confessar o crime em Barra do Quaraí, não será tomado um novo depoimento agora. Serão realizadas mais diligências e ouvidas testemunhas para que, posteriormente, o homem seja ouvido novamente. Zocani foi levado de Uruguaiana para Santa Maria e encaminhado à Penitenciária Estadual de Santa Maria. A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. Ele deve ser indiciado por feminicídio, homicídio e ocultação de cadáver.