Cerca de 50 pessoas fizeram uma manifestação na tarde desta quinta-feira (19) em frente ao foro de São Leopoldo, no Vale do Sinos. O grupo pedia a soltura de um homem que foi preso numa operação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, no bairro Rio Branco, no dia 14 de maio. O grupo afirma que Diogo Rodrigues de Oliveira, 36 anos, foi preso injustamente, que não tinha qualquer envolvimento com o tráfico de drogas e que é uma pessoa trabalhadora e dedicada à família. Também alegam que a prisão ocorreu por Oliveira ser negro e estar numa região humilde.
O diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt, rechaça essa afirmação. Diz que o foco é o combate ao crime, independentemente da cor ou classe social de quem está cometendo.
— Nós assumimos o Denarc em 2019. Nosso foco tem sido as grandes lideranças. Estamos prendendo pessoas com grandes fazendas e aviões, por exemplo — diz o delegado, ao afirmar que além dos líderes, as pessoas ligadas a eles também são presas por estarem cometendo crimes.
Conforme a investigação, o local onde Oliveira mora estava servindo como uma espécie de laboratório e depósito de drogas. Foram apreendidos no local 36 quilos de cocaína. A droga estava embalada, pronta para venda. Sobre o papel de Oliveira, sustenta que há indícios suficientes de participação dele no esquema.
— Nós apuramos novos elementos que reforçam a nossa convicção sobre a prisão. Todo o material foi entregue ao promotor de Justiça, que vai exarar parecer sobre o caso. O Denarc está tranquilo. Há indícios de participação do sujeito no crime investigado — acrescenta Wendt.
Além de Oliveira, outro suspeito foi identificado e está sendo procurado.
O que diz a defesa do suspeito
A advogada Márcia Silva de Almeida ingressou com pedido de liberdade do suspeito. Ela sustenta que ele não tem participação no crime investigado. Segundo ela, a droga foi encontrada no andar de cima de onde mora seu cliente e que os imóveis são independentes. Também que ele não sabia o que se passava na residência do vizinho. Sobre o fato de Oliveira ter avisado esse outro suspeito de que a polícia estava no local, diz que ele mandou essa mensagem por achar que se tratava de algo referente a pensão alimentícia que o vizinho teria dito que estaria devendo.