A megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (19) contra lavagem de dinheiro de uma facção gaúcha, sediada no Vale do Sinos, cumpriu 1.368 ordens judiciais e impôs um prejuízo de mais R$ 50 milhões aos criminosos. Intitulada Operação Kraken, a investida contou com mais de 1,3 mil policiais atuando em 38 cidades do RS e nos também nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Após investigações da 1ª Delegacia de Sapucaia do Sul, junto ao Ministério Público (MP), foram obtidas 1.368 ordens judiciais para o combate à organização criminosa. Durante a operação, que é considerada uma das maiores mobilizações policiais já realizadas no Rio Grande do Sul, 58 pessoas foram presas.
Foram apreendidos 40 veículos, 87 celulares, R$ 72 mil em espécie e R$ 50 milhões em bens e valores. Foram cumpridos 273 mandados de busca e apreensão, 66 ordens judiciais de prisão, 13 casas prisionais objeto de busca e apreensão, uma casa prisional federal com diligência para busca e apreensão, 38 sequestros de imóveis do crime, 102 veículos com decretação de perdimento, o que inclui carros de luxo como Maserati, Audi, Cadillac e Chevrolet Camaro.
Com o objetivo de prejudicar as finanças da organização criminosa, foram efetuados ainda os bloqueios de 190 contas bancárias e deferidos 812 pedidos para quebras de sigilo fiscal, bancário, tributário e bursátil - relacionado a investimentos na Bolsa de Valores.
O diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, ressalta a efetividade do trabalho integrado entre as forças de segurança e o dano financeiro à facção criminosa.
— É uma operação que quebra a estrutura financeira de uma grande facção criminosa que atua no Estado. A manutenção do sigilo foi uma coisa muito importante. Destaco a movimentação dos 1,3 mil policiais em uma operação que foi integrada. Essa movimentação operacional foi um ponto sensível, mas deu tudo certo. Não tivemos nenhum tiro disparado, nenhum acidente. Só os 273 mandados de busca e apreensão já são um número histórico — destaca o delegado.
A megaoperação foi montada após um ano e meio de investigação da 1ª DP de Sapucaia do Sul. Além do MP, participaram ainda equipes da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Ao longo da investigação, a equipe comandada pelo delegado Gabriel Borges prendeu ainda 102 integrantes da facção. Os suspeitos atuavam em diversos níveis de comando. Além disso, foram apreendidos mais de 10 quilos de entorpecentes e 11 armas de fogo.