
A Polícia Civil de Rio Grande segue ouvindo testemunhas para apurar as circunstâncias da morte do advogado criminalista Sérgio Antônio Maidana de Freitas, 73 anos, conhecido como Barbará.
Ele morreu no sábado (12), depois de ter sido internado em decorrência de agressões sofridas na tarde de sexta-feira (11), na entrada de um escritório, na Rua Marechal Floriano, no Centro da cidade.
O agressor - já identificado, mas cujo nome a polícia não está divulgando para não atrapalhar as investigações - seria um ex-cliente de Barbará, descontente com o resultado de um processo antigo. O presidente da OAB-RS, Leonardo Lamachia, viajou para Rio Grande para acompanhar o sepultamento e conversar com autoridades sobre a busca ao agressor.
— A OAB irá reagir fortemente a isso, é muito forte a morte de um advogado nestas condições. Vamos acompanhar a apuração e buscar punição exemplar — destacou Lamachia.
A polícia ainda não sabe se o encontro entre os dois foi casual. Conforme apurado até o momento, o advogado chegava ao escritório de contabilidade, onde uma colega também atua na área do Direito Previdenciário, quando o agressor saía do local. Na entrada, teria começado uma discussão e a briga, segundo a polícia, continuou na rua, onde ocorreram as agressões a socos e pontapés. O suspeito fugiu.
Barbará, segundo familiares, tinha 45kg e compleição física frágil. O agressor seria um homem forte. Conforme a delegada regional de Rio Grande, Ligia Furnaletto, a vítima não chegou a perdeu a consciência no local, mas sentia dores. Uma ambulância do Samu foi acionada e ele foi levado para a Santa Casa de Rio Grande, onde morreu na madrugada de sábado (12).
Natural de Bagé, pai de três filhos, o advogado era conhecido, segundo familiares, pela simplicidade.
— Me surpreendi com tantas mensagens que recebi, de pessoas mais velhas e jovens. Um rapaz de 19 anos me escreveu dizendo ter perdido o "companheiro de café". Ele era assim, saía, tomava café, conversava com todos, ajudava pessoas que não tinham como pagar — contou o filho Luiz Alberto Bastos Freitas, 29 anos, bacharel em Direito.
Luiz Alberto almoçou com o pai na sexta-feira (11):
— Contei para ele que tinha sido promovido no trabalho. Ele ficou tão feliz. E combinei que almoçaria com ele no dia seguinte. Só na madrugada de sábado soube pelo meu irmão que ele estava no hospital. Meu irmão viu uma publicação num perfil da internet. E as informações eram muito desencontradas. Diziam que ele tinha sido agredido na rua. A polícia nem tinha sido avisada. Nós que informamos.
Segundo o filho, no velório, conhecidos teriam comentado que esse agressor já teria feito ameaças ao advogado. Barbará fez carreira como criminalista, mas nos últimos tempos, conforme familiares, estava se afastando de causas envolvendo crime, pelo desgaste e dificuldade de receber valores. Luiz Alberto contou que o pai ajudava colegas em outras áreas e costumava direcionar clientes ao escritório da colega onde ocorreu o encontro com o agressor.