Na última quinta-feira (24), Enilce Silva dos Santos, 57 anos, aguardou pela chegada do filho Lennon dos Santos Chaves, 25. Mas o jovem, que trabalha como cobrador de ônibus em Porto Alegre, não retornou para casa. Morador do bairro Restinga, na Zona Sul, desde então, ele não faz mais contato com os parentes e nem atende o telefone. O caso foi registrado neste fim de semana na Polícia Civil. Santos foi localizado na manhã desta segunda-feira (28).
No dia em que desapareceu, Lennon saiu de casa no início da manhã, às 6h15min, quando embarcou em uma das linhas de ônibus. Segundo a mãe, o jovem deixou o trabalho, na sede da Carris, no bairro Partenon, pouco depois das 14h. Dali, seguiria para a Caixa Econômica Federal. Enilce não tem certeza se o filho optou pela unidade mais próxima, que fica a cerca de 750 metros, na Avenida Bento Gonçalves, ou se foi até a agência de referência dele, na mesma via, mas próxima do Hospital São Pedro (a três quilômetros da Carris).
Na agência, Lennon iria sacar cerca de R$ 1,2 mil referentes ao PIS. Por volta de 15h, a mãe entrou em contato com o filho por telefone e perguntou se ele havia conseguido efetuar o saque. O jovem respondeu que ainda estava na agência. Nesse meio tempo, segundo Enilce, ele fez contato com a namorada e disse que talvez ficasse sem bateria no celular, mas que, assim que saísse do banco, iria passar na casa dela. A namorada de Lennon também reside no bairro Restinga.
— A partir do momento que ele não atendia mais o telefone, conforme as horas foram passando, fui me preocupando. Comecei a contatar amigos dele. Ele treina jiu-jitsu, no bairro Hípica. Então pensei que poderia ter ido na academia, mas não. Entrei em contato com a namorada, para saber se ele tinha aparecido, mas não tivemos mais notícias. Não sei o que eu posso pensar — diz a mãe.
Quando saiu de casa, Lennon estava vestindo uma camisa azul, da Carris, calça jeans azul escuro, tênis e o crachá da empresa. Carregava também uma lancheira térmica e uma bolsa, onde armazenava documentos, dinheiro e celular. Desde que o caso começou a ser divulgado nas redes sociais, a família passou a receber informações sobre o possível paradeiro dele, mas até agora nenhuma delas se confirmou.
Uma das informações que a mãe recebeu por meio de um motorista é a de que o jovem teria embarcado no ônibus próximo ao supermercado Carrefour, no bairro Partenon, pouco antes das 16h. Dali, teria seguido em direção à Zona Sul e desembarcado na parada na qual costumava descer.
— Essa parada servia tanto para vir para minha casa, como para a da namorada. Mas não apareceu aqui nem na dela — afirma a mãe.
Lennon estava residindo na casa da mãe há cerca de dois anos, e é usuário de medicação controlada, em razão de quadro depressivo. O jovem já havia sumido anteriormente, mas nunca ficou tanto tempo sem dar notícias aos familiares.
— Ele estava bem em casa, saiu pela manhã. Foi trabalhar normalmente, é um querido na empresa. Uma pessoa muito comunicativa. Não tem quem não goste dele. Está lá há três anos, mas trabalha desde os 14 anos. Sempre gostou de trabalhar. Tem boa índole — diz Enilice.
O caso foi registrado pela mãe na 16ª Delegacia de Polícia, no bairro Restinga, na manhã deste sábado, mas será encaminhado para apuração pela Delegacia de Polícia de Investigação de Pessoas Desaparecidas.
Dicas para as famílias
- Registre o desaparecimento na polícia assim que for percebido
- Leve uma fotografia atualizada para repassar aos policiais
- Outras informações relevantes no momento do registro são saber se a pessoa tem telefone celular e se foi levado junto, se possui redes sociais, os dados de conta bancária, se possui veículo e qual a placa, locais que costuma frequentar, pessoas com quem mantêm contato (amigos, familiares), se é usuária de drogas e se houve alguma desavença que pode ter motivado o sumiço
- Comunique o desaparecimento aos amigos e conhecidos, que podem auxiliar com informações. Ao divulgar o sumiço, informe os contatos de órgãos oficiais como Polícia Civil e Brigada Militar para receber informações. Isso evita que criminosos interessados em extorquir familiares de desaparecidos se aproveitem da situação
- Outra orientação importante é de que as famílias comuniquem a polícia não somente o desaparecimento, mas também a localização. É muito comum os policiais depararem com casos de pessoas que não estão mais desaparecidas, mas que no sistema constam como sumidas porque o registro de localização não foi feito
Colabore
Informações sobre casos de desaparecimentos podem ser repassadas à Polícia Civil por meio do telefone 0800 642 0121, pelo 197 ou neste link