A Polícia Civil prendeu temporariamente nesta terça-feira (30), em Esteio, uma mulher de 39 anos investigada por contratar um matador de aluguel para vingar a morte do filho, ocorrida há oito anos na cidade. Em setembro deste ano, um detento do semiaberto foi acionado por ela para executar um homem que teria atirado acidentalmente contra a criança.
A vítima, apesar de ficar paraplégica, sobreviveu, e reconheceu o autor dos três tiros e que teria sido contratado pela investigada. O suspeito também tinha mandado de prisão contra ele sobre esse caso de tentativa de homicídio, mas no dia 17 de novembro foi morto em confronto com a Brigada Militar (BM) junto com outro comparsa após assalto a loja de armas em Farroupilha, na Serra. Na ocasião, um PM foi baleado.
De acordo com a delegada Luciane Bertoletti, responsável pela investigação, no mês de julho de 2013, a vítima de tentativa de homicídio ocorrida há dois meses tinha 17 anos e manuseava uma arma. O filho da mulher presa nesta terça-feira foi ao encontro dele, já que eram vizinhos, e, segundo apuração da época, houve um tiro acidental. O menino de 10 anos morreu logo depois do disparo. O adolescente foi apreendido logo na sequência e foi julgado e condenado por homicídio com dolo eventual. Ele cumpriu medida socioeducativa e depois disso foi para outra cidade.
Ameaças
Recentemente, Luciane diz que o autor do disparo acidental em 2013, agora com 25 anos de idade, havia retornado para Esteio. A polícia apurou que ele passou a sofrer ameaças por parte da investigada detida na ação realizada nesta terça-feira. A mulher tinha uma relação com um detento do regime semiaberto e o contratou para vingar a morte do filho. A polícia apura como ocorreu esse contato.
Em setembro deste ano, o suspeito armou uma emboscada e deu três tiros na vítima, em Esteio: dois no rosto e um no abdômen. A delegada conta que o jovem sobreviveu, mas ficou paraplégico. Ele reconheceu o autor dos disparos e um inquérito para apurar tentativa de homicídio foi instaurado. A polícia conseguiu a identidade do executor e da mandante, obtendo dois mandados de prisão temporária. A mulher foi presa e o autor dos tiros morreu em Farroupilha, antes de ser detido. Ele foi identificado como Diorgénes Pinheiro da Silva, 42 anos, e havia cumprido pena por roubo e tráfico de drogas.
A mulher presa não teve o nome divulgado por questões de segurança, assim como o nome do filho dela. A delegada Luciane diz que a ação foi realizada não só para prender a mandante de uma tentativa de homicídio, mas para evitar novos crimes em possíveis confrontos. A detida tem passagem pela polícia por receptação, furto e roubo. Tudo isso antes da morte do filho há oito anos. Depois disso, ainda foi investigada por lesão corporal e três vezes por tráfico drogas, além de organização criminosa.
A vítima da emboscada ocorrida há dois meses e que sobreviveu, já havia sido responsabilizada judicialmente pela morte acidental da criança em 2013. Mas em 2017, já na fase adulta, respondeu por um outro crime sobre porte ilegal de arma de fogo. O nome do homem de 25 anos também foi preservado por questões de segurança.