O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul denunciou o homem suspeito de ter estuprado e matado a jovem indígena caingangue Daiane Griá Sales, 14 anos, em Redentora, no noroeste gaúcho. Dieison Zandavalli, 33 anos, responde na Justiça pelos crimes de estupro de vulnerável e homicídio com seis qualificadoras: meio cruel, motivo torpe, dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima, para assegurar a ocultação de outro crime e feminicídio.
Conforme a denúncia, na noite de 31 de julho o homem ofereceu carona à Daiane após uma festa que ocorria no entorno da aldeia. A vítima foi encontrada morta quatro dias depois, a cerca de 10 quilômetros da sua casa.
De acordo com o promotor de Justiça Miguel Germano Podanosche, a família de Zandavalli possuía uma propriedade próxima a comunidade, o que teria permitido que tivesse conhecimento a respeito da região. O fato da jovem estar alcoolizada teria, segundo Podanosche, assegurado a prática de estupro de vulnerável:
— Em virtude da excessiva ingestão de álcool, ela não pôde oferecer resistência às agressões praticadas pelo denunciado.
Ainda conforme o ofício enviado ao Poder Judiciário, Zandavalli demonstraria desprezo à comunidade indígena e nutriria uma falsa ideia de que os indígenas reagiriam aos crimes de forma passiva. O MP ainda apontou que o homem já vinha frequentando outros eventos com jovens membros da aldeia e chegou a dar carona a outras garotas da mesma etnia, o que comprovaria que a condição de indígena foi fundamental para a escolha do agressor.
Na ocasião, um outro homem de 21 anos foi preso preventivamente por suspeita de participar do crime. Ele foi liberado após não ter sido provado o seu envolvimento.
A GZH busca contato com a defesa de Dieison e ainda não obteve retorno.