Policiais federais e servidores da Receita Federal ainda contabilizam e analisam todo o material apreendido durante a Operação Tavares, deflagrada na terça-feira (19) e que desarticulou um esquema de fabricação e venda de cigarros clandestinos no Rio Grande do Sul.
Durante o cumprimento dos mandados em 25 cidades gaúchas e de São Paulo e do Paraná, foram encontrados R$ 2.379.732 e US$ 260 mil em espécie. Com a conversão da moeda norte-americana, o total apreendido ficou em R$ 3.843.532 — a maior parte desse valor foi localizada em uma mala, na residência de um dos investigados, em Canoas.
A operação conjunta resultou na maior apreensão de cigarros já feita no Estado, segundo a Polícia Federal e Receita Federal. Foram mais de 20 mil caixas, somando um total de cerca de 10 milhões de maços.
Vinte e seis pessoas foram presas, e diversos bens, apreendidos ou bloqueados. Tudo o que foi alvo de apreensão ainda está sendo contabilizado. Além dos cigarros, foram apreendidas máquinas para fabricação do produto, veículos, computadores, celulares, entre outros.
Em um depósito no município de Triunfo, um grupo de 18 trabalhadores (17 paraguaios e um brasileiro) em situação análoga à escravidão foi encontrado escondido no subsolo do local. Os policiais precisaram deslocar um contêiner para achar o elevador hidráulico que levava até o esconderijo, uma espécie de bunker (veja o vídeo abaixo).
Conforme as investigações, os trabalhadores eram impedidos de sair do local até o fim do ciclo de fabricação, que girava entre seis e oito meses. Eles também tinham os celulares apreendidos pelos líderes do grupo e ficavam incomunicáveis.
Os trabalhadores estão sendo assistidos pelo Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho.