A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram operação, na manhã desta terça-feira (19), para desarticular uma organização criminosa dedicada ao contrabando e à produção clandestina de cigarros. São investigados ainda crimes de redução à condição análoga a de escravo, contra o meio ambiente e corrupção de menores.
Estão sendo cumpridos 40 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo. As cidades onde as ordens judiciais são cumpridas ainda não foram divulgadas.
Segundo a Receita, a investigação teve início no ano passado para apurar a prática de contrabando de cigarros na região metropolitana de Porto Alegre. Diligências realizadas identificaram a existência de um grupo estruturado que atua na produção clandestina de cigarros de marcas paraguaias em municípios gaúchos, usando trabalhadores cooptados no Paraguai e que eram mantidos, supostamente, em condições análogas às de escravidão.
"Ao chegarem ao Brasil, os estrangeiros tinham os celulares apreendidos pelos líderes do grupo e eram levados à 'fábrica', de onde não poderiam sair até o fim do ciclo de produção", diz nota da Receita.
Ainda conforme a investigação, há indícios de que parte dos cigarros produzidos abasteceria o mercado clandestino do Uruguai e pontos de venda no Rio Grande do Sul vinculados a uma facção criminosa do Estado. A estimativa é que a fábrica produziria cerca de 10 milhões de maços por mês, com faturamento mensal de R$ 50 milhões.
A operação foi denominada "Tavares" em alusão ao local onde foi identificado o primeiro depósito do grupo, em Cachoeirinha. Mais detalhes sobre a ofensiva serão conhecidos em coletiva de imprensa às 9h30min.