A Justiça determinou que Dionathá Bitencourt Vidaletti, autor dos tiros que mataram três pessoas da mesma família após uma briga de trânsito em janeiro de 2020, na zona sul de Porto Alegre, vá a júri popular. A decisão, proferida na última terça-feira (21), é do juiz Roberto Coutinho Borba, da 1ª Vara do Júri do Foro Central da Comarca de Porto Alegre. A data do julgamento ainda não foi definida.
O réu responderá por três homicídios triplamente qualificados, com os agravantes de crime por motivo fútil, por ter sido "perpetrado ensejando perigo comum", em função do horário e do local em que ocorreu o crime, e sem dar chance de defesa à vítima. Ele seguirá preso em regime fechado até a realização do julgamento.
Já a mãe de Dionathá, Neuza Regina Bitencourt Vidaletti, que também estava no carro, não irá a júri popular. Conforme o Poder Judiciário, ela responderá apenas por disparo de arma de fogo. Segundo os autos, Neuza retirou a arma do carro e deu um disparo em via pública, mas não entregou voluntariamente a arma ao filho.
"Embora se possa cogitar que a acusada tenha exasperado o risco do resultado lesivo, quando pegou a pistola que estava no interior do automóvel e efetuou o disparo, não se pode olvidar de toda a sua conduta ao longo dos desdobramentos dos fatos. Primeiramente, opôs-se à perseguição iniciada pelo filho, acompanhando-o com o escopo de contê-lo, sendo surpreendida pela constância da arma de fogo no interior do automóvel. Outrossim, após a interceptação do automóvel em que estavam as vítimas e iniciada a contenda (seja ela verbal ou física, fato controvertido nos autos), mesmo que tenha efetuado o disparo, a acusada NEUZA em momento algum entregou voluntariamente a arma de fogo ao seu filho, o réu DIONATHÁ", destaca a decisão.
Sobre o crime
O assassinato da família ocorreu após uma discussão de trânsito no bairro Lami em janeiro de 2020. Segundo a investigação, Dionathá dirigia uma Ecosport vermelha e estaria acompanhado da mãe. O veículo estava estacionado em uma via vicinal do Lami, no extremo sul da Capital.
Já a família trafegava em um Citroën Aircross. Dentro do carro estavam Rafael Zanetti Silva, 46 anos, a esposa dele, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44, e o filho do casal, Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20 anos, aém de uma criança de oito anos e a namorada de Gabriel. O carro da família atingiu a Ecosport e deixou o local.
Dionathá e Neuza saíram em perseguição ao Citroën, até que alcançaram o veículo da família. Após uma discussão, Neuza pegou a arma de dentro do veículo, mas Dionathá se apossou da pistola e disparou contra a família. Rafael, Fabiana e Gabriel morreram.