A cúpula da Polícia Federal (PF) barrou a nomeação do delegado Thiago Delabary para a chefia da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da superintendência da instituição no Rio Grande do Sul. A solicitação de nomeação foi feita pelo superintendente da PF no Estado, delegado Aldronei Pacheco Rodrigues.
O policial ocupava até abril o cargo de coordenador nacional de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da PF, em Brasília. Deixou o posto após a posse do novo diretor-geral da instituição, delegado Paulo Maiurino. Atualmente, está lotado na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros no RS, e aguardava essa nomeação, que acabou sendo negada.
Em inquérito que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suposto pagamento de propina de R$ 14 milhões da Odebrecht ao grupo político de Michel Temer, no âmbito da Lava-Jato, Delabary indiciou o emedebista e o ex-ministro Eliseu Padilha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-ministro Moreira Franco, na mesma investigação, foi indiciado por corrupção passiva.
O delegado também foi responsável por investigações envolvendo outros políticos, como a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o senador Antônio Anastasia (PSD). Também chegou a pedir ao STF para investigar suposto pagamento de propina ao ministro Dias Toffoli, alvo de delação feita pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Tanto a direção da PF quanto a superintendência da instituição no Estado não quiseram se manifestar. A reportagem tentou contato com Delabary, sem sucesso.