A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) confirmou que a mãe e a madrasta do menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, desaparecido em Imbé, no Litoral Norte, foram transferidas da unidade prisional onde estavam na tarde desta terça-feira (3). Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26, e Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, estão presas, após confessarem que o garoto teve o corpo arremessado no Rio Tramandaí na semana passada.
Yasmin estava detida desde a última quinta-feira (29), quando relatou à polícia ter espancado o filho, dopado com medicamentos e depois jogado seu corpo nas águas. Já Bruna foi presa no último domingo (1º) depois que a polícia obteve imagens e mensagens no celular dela, onde a mulher ameaça o menino e promete espancá-lo. Nos vídeos, a criança aparece trancada dentro de um armário, onde era, segundo a polícia, submetida a torturas.
Yasmin e Bruna estavam detidas até a tarde de terça-feira no Presídio Estadual Feminino de Torres, com capacidade para abrigar 22 presas. De lá, foram escoltadas até a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana, que tem capacidade para até 432 detentas. O motivo da transferência, segundo a Susepe, é o fato de que a unidade de Guaíba é um “estabelecimento com ampla estrutura de cumprimento de pena no regime fechado”.
Outras presas envolvidas em casos de repercussão também foram transferidas para a mesma unidade prisional, como Alexandra Dougokenski, que confessou em maio do ano passado ter matado o filho Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto. Alexandra também chegou a ser mantida presa no norte do Estado, mas acabou encaminhada para Guaíba.
Da mesma forma, Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Uglione Boldrini, morto em abril de 2014 em Três Passos, também foi encaminhada para Guaíba, assim como Edelvânia Wirganovicz. As duas foram condenadas em 2019 pela morte do garoto.
Buscas
No caso do menino Miguel, ainda são realizadas buscas no Litoral Norte. Os bombeiros chegaram nesta terça ao sexto dia de trabalhos tanto no Rio Tramandaí, quanto na orla. Yasmin afirma ter transportado o corpo do filho em uma mala e depois arremessado no rio. A Polícia Civil continua investigando o caso.
Contrapontos
O advogado Bruno Vasconcelos, até então responsável pela defesa de Yasmin, informou na tarde desta terça-feira (3) que deixará a defesa da presa. Em nota, o advogado disse que comunicará o juízo competente que não atuará mais na defesa técnica dela e que não comentará o caso. GZH entrou em contato com o Tribunal de Justiça para saber se uma nova defesa foi constituída e aguarda retorno.
A advogada Josiane Tristão Silvano, que defende Bruna, informou que está analisando o inquérito e as provas e que só deve se manifestar após conversar novamente com a cliente.