A Brigada Militar concluiu a formação de 460 policiais militares nesta terça-feira (31) em um curso voltado à atuação na Patrulha Maria da Penha no Rio Grande do Sul. A formação ocorreu durante o mês de agosto em alusão à conscientização pelo fim da violência contra a mulher e em celebração aos 15 anos da Lei Maria da Penha. A cerimônia ocorreu na sede da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), em Porto Alegre, e foi realizada com apenas 32 alunos devido à pandemia.
Os novos patrulheiros receberam certificados e integram 16 turmas espalhadas pelos Comandos Regionais de Policiamento Ostensivo (CPROs) de diversas regiões do Estado. A capacitação prepara os policiais para o atendimento de ocorrências de violência doméstica e familiar, além da realização de visitas de acompanhamento nas casas de vítimas amparadas por medida protetiva de urgência.
O soldado Josiel Borges de Oliveira atua em Guaíba, na Região Metropolitana, e foi um dos policiais a concluir o curso. O agente conta que o curso possibilita uma nova visão sobre os casos de violência doméstica, além de aproximar a polícia das vítimas.
— A demanda de atendimentos para ocorrências relacionadas à violência tem sido muito grande, infelizmente. O curso vai muito além das leis e procedimentos operacionais, ajuda a entender a vítima e dar o melhor encaminhamento ao caso — comentou o patrulheiro.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Vanius Cesar Santarosa, relembrou que as atividades da Patrulha Maria da Penha tiveram início no dia 20 de outubro de 2012, no 19º Batalhão de Porto Alegre, sendo posteriormente descentralizada para o comandos do interior do Estado. Ao todo, são 62 patrulhas em 114 municípios gaúchos.
— As estatísticas estão mostrando um aumento no número de feminicídios, por isso esse curso é tão relevante. Sabemos que o aprimoramento constante é componente essencial para ajudar a reduzir os casos — disse em seu discurso.
O coronel Marcelo Frota, secretário adjunto da Segurança Pública, destacou a importância do treinamento e da capacitação proporcionada pelo curso, uma vez que as informações sobre casos de violência doméstica surgem, muitas vezes, no atendimento a ocorrências do dia a dia.
— O policial precisa estar sempre atento, pois o criminoso doméstico é extremamente perigoso. Oferece um risco muito grande a vítima e também a guarnição que irá atender aquela ocorrência. Daí a importância desse curso de formação — salientou.
Segundo a BM, os profissionais capacitados irão permitir o aprimoramento das ações regionais das patrulhas e a ampliação da rede de serviço para os municípios que ainda não a possuem uma patrulha especializada.