Titular da Secretaria da Segurança Pública, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior comentou, nesta terça (24), a ação da Brigada Militar que resultou na morte de um policial rodoviário aposentado em Torres, no Litoral Norte, na madrugada de segunda-feira (23). Fábio Zortea, 59 anos, foi atingido por disparos em frente ao prédio onde morava ao tentar impedir abordagem de PMs a dois filhos dele.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Ranolfo afirmou que a ação "foge da normalidade das abordagens" da BM. Ele disse ainda que os policiais militares erraram ao usar arma de fogo no episódio.
— Não podemos fazer juízo antecipado, mas é lógico, não precisa nem ser da área da segurança pública, se verifica que a abordagem não é a recomendada nas academias de polícia — declarou.
Segundo o vice-governador, os cinco policiais envolvidos no caso eram experientes: dois deles eram formados na turma de 2012, e os outros fizeram o curso em 2003, 2007 e 2009. Ranolfo ressaltou ainda a formação desses profissionais pela BM.
— Espero que as investigações tragam respostas. Nos colocamos à disposição para tudo que precisarem — disse.
Ouça a entrevista completa:
O caso
O aposentado foi morto ao tentar acabar com uma briga entre os filhos dele e dois policiais militares durante abordagem em frente à sua residência, na área central de Torres, na madrugada de segunda-feira.
Um dos filhos dele, também chamado Fábio, foi baleado em uma das pernas e levado para o hospital, onde ficou sob custódia. O outro, Luca, ficou preso na delegacia da cidade. Ambos foram liberados na manhã desta terça.
A versão da Brigada Militar narra que os dois filhos do aposentado se negaram a cumprir a ordem de parada e revista, passando a agredir um dos policias. Os irmãos também teriam imobilizado e tentado tirar a arma de um dos PMs.
Já uma testemunha que gravou vídeos da abordagem diz que os policiais chegaram "exaltados", já agredindo Fábio e Luca. Foi quando o pai desceu do apartamento para tentar parar o que estava acontecendo e foi baleado.