Seis pessoas foram detidas na manhã desta segunda-feira (5) durante operação da Polícia Civil no Rio Grande do Sul. Elas são suspeitas de envolvimento em esquema criminoso que aplicou golpes com prejuízo de R$ 1 milhão para mais de cem vítimas em todo o Estado. Algumas das vítimas, do ramo de espumante e que deram início à investigação, perderam cerca de R$ 300 mil. Ao todo, 115 agentes cumpriram 23 ordens judiciais para desarticular a quadrilha.
O crime é de estelionato e foi aplicado usando uma prática conhecida há vários anos: "golpe da arara". De acordo com o delegado Alexandre Fleck, da Delegacia de Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os investigados criavam as empresas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) em nome de laranjas ou assumiam cadastros de outras companhias com tempo de mercado para fazer compras de baixo valor à vista. O objetivo era ganhar credibilidade dos fornecedores.
Contudo, depois disso, passavam a comprar, através do crédito, produtos de valores elevados, mas sem efetuar os pagamentos. Eles, então, fechavam as empresas para, novamente, abrir outras e seguir aplicando novos golpes.
Operação
Por volta de 9h desta segunda-feira, duas pessoas foram presas em flagrante em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana, e outra de forma temporária em Tavares, no sul do Estado. Mais três pessoas foram presas temporariamente no final da madrugada durante o cumprimento das primeiras ordens judiciais, totalizando seis detidos. Também houve ações em Sapucaia do Sul e Viamão, além de Xangri-lá.
— A investigação iniciou após compra de lotes de espumantes que foram entregues e não foram pagos. As vítimas tentaram vários contatos com os compradores, mas, como é a forma de agir dos golpistas, as empresas haviam fechado — ressalta Fleck.
As seis vítimas, do ramo de espumante, já foram ouvidas. Os outros cerca de 100 representantes de fornecedores lesados serão acionados aos poucos para depoimentos. As vítimas podem procurar a polícia nos seguintes telefones, inclusive para novas denúncias: 0800-510-2828 e (51) 98418-7814 (com WhatsApp).