O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, que se encontra preso, foi denunciado mais uma vez pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Agora, a 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica ofereceu denúncia à Justiça pelos crimes de estupro, lesão leve, lesão grave, vias de fato e lesão na modalidade de dano à saúde emocional cometidos contra uma ex-namorada, entre os anos de 2014 e 2020.
Na denúncia, a promotoria incluiu o pedido de prisão preventiva contra o ex-vereador. Para os promotores, "os fatos tiveram como pressuposto motivação de gênero ou situação de vulnerabilidade decorrente da subjugação ou submissão feminina ocorrida dentro de uma relação íntima, ocasionando violência doméstica consubstanciada em opressão contra a mulher".
Conforme o MP, em outubro de 2015, depois de drogar a ex-namorada, Jairinho praticou sexo sem o consentimento da vítima. E em dezembro de 2016, enfurecido por ser ignorado, teria cometido ofensas verbais e agressões físicas com chutes que provocaram fratura em um dos pés da então companheira.
O MP relatou, ainda, que, durante um fim de semana de lazer em Mangaratiba, na região metropolitana do Rio, em 2020, após se irritar com a falta de acesso livre ao celular da vítima, Jairinho deu um golpe conhecido como mata-leão na ex-namorada, que foi arrastada para fora de casa a fim de não chamar atenção e, no jardim, ele praticou as agressões.
Outra agressão teria ocorrido em abril do mesmo ano. O ex-vereador chegou abruptamente à noite na casa da vítima, "já alterado e cobrando explicações acerca de um comentário que a vítima havia feito nas redes sociais". A mulher foi convencida a sair da casa para conversar e obrigada a entrar no carro de Jairinho, onde teria sido agredida com violentos puxões de cabelo e um soco na lateral do rosto.
Histórico e outras denúncias
A promotoria chamou atenção para o fato de Jairinho "ostentar histórico de ofensas e agressões, demonstrando não se intimidar com os sucessivos registros de ocorrência policial, apontando ser um autor contumaz especialmente em crimes contra a mulher, vez que contra ele já existem outras ocorrências policiais registradas por fatos similares".
A promotoria destacou ainda que "os fatos só vieram à tona depois que o réu foi preso pelo homicídio do enteado, Henry Borel, tendo a vítima até então medo de registrar as violências sofridas".
Jairinho está preso desde o dia 8 de abril, acusado de homicídio triplamente qualificado. Além da morte do menino Henry, de quatro anos, o ex-vereador foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro em dois casos de torturas em filhos de ex-namoradas e ainda por violência doméstica.
No dia 30 de junho deste ano, Jairinho perdeu o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar, em decisão unânime da Câmara Municipal do Rio. Monique, mãe de Henry, também está presa desde o dia 8 de abril.