Uma operação policial foi deflagrada nesta sexta-feira (9) em cinco cidades da região metropolitana de Porto Alegre para desarticular uma quadrilha que montava empresas de fachada e que, segundo a investigação, lesou em mais de R$ 3 milhões ao menos 20 estabelecimentos comerciais do Rio Grande do Sul.
O grupo, que teve cinco integrantes presos nesta manhã, fazia compras a prazo em lojas de materiais de construção e equipamentos industriais, não pagava e depois revendia os produtos. Os investigados estavam agindo há pelo menos dois anos.
O diretor da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, Juliano Ferreira, ressalta que a quadrilha sempre fazia uma compra inicial e de baixo valor. Após conquistar a confiança dos vendedores, passava a comprar materiais de alto valor ou em grande quantidade a prazo.
Ferreira explica ainda que, quando um grupo de vítimas era lesado por uma mesma empresa de fachada dos criminosos, ela era fechada para outra ser aberta, dificultando cobranças e até mesmo a investigação policial. Uma das falsas empresas seria uma loja ligada ao ramo de materiais de construção em Glorinha que, na verdade, funcionava em um galpão. Em algumas ocasiões, os suspeitos também indicavam endereços inexistentes.
— Inclusive apreendemos hoje (sexta-feira) um caminhão usado por eles, por meio de um freteiro, para pegar os materiais comprados de forma ilícita e transportá-los para outro local com o objetivo de revendê-los. Ou seja, o lucro deles era dobrado, não pagavam e ainda revendiam — diz Ferreira.
A maioria das mais de 20 empresas lesadas — lojas de materiais de construção e de equipamentos industriais — funciona na Região Metropolitana, mas há também vítimas em outras regiões do Estado e ainda de fora do Rio Grande do Sul. Por isso, Ferreira destaca que está comunicando outras polícias do país sobre as prisões ocorridas nesta sexta-feira.
Operação policial
Nesta manhã, cerca de 60 agentes cumpriram seis mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão nas cidades de Glorinha, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo e Campo Bom. A delegacia de Polícia de Glorinha coordenou a ação.
Entre os cinco presos, está um dos líderes do grupo e o responsável por fazer o frete dos produtos roubados. Um dos suspeitos segue foragido. Os delitos apurados são estelionato, falsidade documental e organização criminosa.
Devido à Lei de Abuso de Autoridade e ainda pelo fato de que seguem as buscas a um dos integrantes da quadrilha, a polícia não divulgou os nomes dos presos.