Foi decretada na noite desta segunda-feira (12) a prisão preventiva de Niel Mateus da Rosa Alves, de 42 anos, que confessou ter assassinado a enteada Gabrielle França, de 18 anos, no bairro Agronomia, em Porto Alegre. Ele foi autuado pela Polícia Civil pela prática de feminicídio praticado por motivo torpe, asfixia, mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, e pelo crime de falsa identidade.
Ele confessou o assassinato em depoimento aos agentes da Delegacia da Mulher de Porto Alegre no Hospital de Pronto Socorro e voltou a confirmar a autoria do crime em depoimento na delegacia já na presença de seu advogado.
Quanto à autuação pelo crime de falsa identidade, a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, responsável pelo caso, confirma que Niel Mateus da Rosa Alves mentiu sobre sua identificação, mas acabou sendo qualificado pelos policiais militares durante o atendimento no Hospital de Pronto Socorro, sendo efetuada sua prisão em flagrante.
Mais cedo, o acusado foi resgatado pelo Comando Ambiental da Brigada Militar no momento em que se atirou de uma ponte no Guaíba, em Eldorado do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, Alves não aceitou o término com a ex-companheira, mãe da vítima, com quem teve um relacionamento de 16 anos. O casal tinha três filhos em comum e Niel teria criado Gabrielle desde bebê.
Conforme a investigação preliminar apurou, a mãe da vítima já havia registrado uma ocorrência em 2019, quando o agressor disse que se ela não retomasse o relacionamento, mataria ela e as crianças. Familiares do agressor e da vítima, bem como vizinhos ouvidos durante as diligências realizadas ao longo do dia disseram que as ameaças de matar as crianças eram constantes.
GZH entrou em contato com a defesa de Niel Mateus da Rosa Alves que afirmou aguardar ter acesso ao inquérito para definir quais serão os próximos passos no caso. No entanto, o advogado Semarino Alves Nunes adiantou que solicitará uma avaliação médica de seu cliente.
— Conversei com o Niel e ele me disse que não lembrava do ocorrido e que depois recobrou a consciência do fato. Ele me confirmou também que sempre teve dificuldades psicológicas, mas não tinha dinheiro para buscar auxílio. Já adianto que vamos pedir uma avaliação para constatar se Niel possui algum transtorno psicológico — afirmou o advogado.