A babá do menino Henry Borel, Thayná Oliveira Ferreira, voltou atrás e admitiu aos investigadores que mentiu no primeiro depoimento prestado à 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro.
Thayná contou que sabia das agressões sofridas por Henry e afirmou que a mãe da criança, Monique de Medeiros, pediu para que ela mentisse à polícia, duas semanas atrás. Em mais de sete horas de depoimento, a babá afirmou ainda que a empregada da casa da família também mentiu.
A advogada Patrícia Sena, que acompanhava a profissional, disse que a cliente contou ter apagado mensagens de WhatsApp nas quais relatava agressões do namorado da mãe do garoto, o vereador Dr. Jairinho, a pedido de Monique.
— Ela narrou toda a dinâmica dos fatos — disse a advogada, em entrevista a emissoras de televisão. — Enfim, ela disse tudo o que tinha para dizer, sem colocar nada que desabonasse a conduta dela. Ela fez o que deveria ter sido feito — afirmou.
Monique e Dr. Jairinho estão presos desde o último 8 de abril. A investigação descarta haver qualquer tipo de veracidade na versão do casal, que alegou que Henry teria sido vítima de uma queda da cama.
O laudo de necropsia produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) mostra que o menino, de quatro anos, sofreu 23 lesões na madrugada em que morreu, em março.
O novo documento que embasa a investigação afirma que as lesões foram cometidas entre 23h30min do dia 7 e 3h30min do dia 8, momento em que o casal diz ter encontrado o menino morto. Jairinho e a mãe de Henry teriam esperado 39 minutos antes de tomar a atitude de levá-lo ao hospital, de acordo com as informações do laudo de reprodução simulada.
Mãe foi ao hospital e trocou de advogado
Na segunda-feira (12), Monique Medeiros afirmou estar com dores no abdômen ao urinar e foi levada do presídio em Niterói para o Hospital do Complexo de Bangu. Com diagnóstico de infecção urinária, ela foi medicada e levada de volta ao Instituto Penal Ismael Sirieiro.
No mesmo dia, também foi anunciado o nome do novo advogado de Monique, Thiago Minagé, um dos defensores do ex-deputado Eduardo Cunha. Antes ela tinha como defensor André França Barreto, que agora defende apenas Dr. Jairinho, preso em Bangu 8.