A Polícia Civil prendeu neste sábado (27) em Santa Catarina um dos dois suspeitos do esquartejamento de uma mulher em Canoas. Roger Gabriel Fontes dos Santos, 23 anos, foi localizado em Florianópolis. Um segundo suspeito ainda é procurado. A vítima foi identificada como Gabriela Lima Santana, 21 anos, após uma perna ter sido encontrada nesta semana ao lado de uma uma mala, com o restante do corpo, às margens da BR-448.
Depois de receber uma denúncia anônima pelo telefone 0800 64 20 121, o Departamento de Homicídios procurou a Divisão de Inteligência da polícia para localizar o endereço do investigado. De posse das informações, o delegado Robertho Peternelli obteve apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado vizinho. Os policiais descobriram um veículo em que o suspeito estava e realizaram um acompanhamento até o local que poderia ser o esconderijo dele. Com prisão temporária decretada pela Justiça, Santos foi localizado e preso na praia dos Ingleses, no norte de Florianópolis.
O outro suspeito é José Ricardo Coutinho da Silva, 49 anos, que tem prisão preventiva decretada e segue foragido. Na última quarta-feira, a polícia localizou as partes do corpo de Gabriela nas margens da Rodovia do Parque. Comparações digitais realizadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) permitiram a identificação da vítima. A motivação do crime, segundo Peternelli, é o envolvimento da jovem com facções criminosas.
Gravação de imagens
Os suspeitos gravaram um vídeo da execução. Coutinho é a pessoa que aparece na gravação ao lado do corpo da vítima, dentro do banheiro de apartamento no bairro Rio Branco, em Canoas. Ele segura uma faca e sorri, sem preocupação em esconder o rosto. Já o homem que faz a gravação seria, conforme a investigação, Santos.
A polícia suspeita que o crime tenha ocorrido no final de fevereiro, já que o vídeo feito pelos criminosos circulou em grupos a partir de 1º de março. A família registrou o sumiço em 13 de março. No dia seguinte, Gabriela completaria 22 anos.
Contraponto
De acordo com o delegado, o suspeito afirmou em depoimento que “não tem relação nenhuma com o crime” e que “era apenas a pessoa que estava filmando”. O suspeito ainda disse que foi ao local “de curioso”, e que “tinha liberdade de entrar no condomínio”, por isso decidiu que iria fazer a filmagem. Segundo o delegado, Roger não apresentou advogado.