A Brigada Militar (BM) está de prontidão desde sexta-feira (27) por conta de informações da inteligência sobre possíveis ataques do estilo "novo cangaço" no Rio Grande do Sul. Um total de 500 policiais reforça áreas estratégicas, em vários municípios, para tentar coibir ações criminosas com foco em roubo a bancos e com uso de cordão humano.
Agora, com o ataque em Criciúma, em Santa Catarina, na madrugada desta terça-feira (1º), a BM mobilizou mais 200 policiais militares para atuar na divisa com o Estado vizinho. A informação mais recente é de que o grupo de mais de 30 criminosos que causou pânico no município catarinense estaria em fuga usando caminhões graneleiros.
— A Operação Angico está nas ruas desde a sexta-feira, pois tínhamos informação de possíveis ataques que são comuns nessa época de festas de fim de ano e muita movimentação de dinheiro. Estamos com policiais da inteligência infiltrados em Santa Catarina para colher mais informações. Até o momento, nenhum dado indica participação de gaúchos. Os veículos de luxo usados pelo grupo tinham placas de São Paulo, onde teriam sido roubados — disse o coronel Vanius Cesar Santarosa, subcomandante-geral da BM.
Os carros do grupo foram localizados durante a manhã. Os veículos estavam abandonados em uma lavoura no município de Nova Veneza, que fica a oeste de Criciúma, distante cerca de 20 quilômetros.
Conforme o coronel Santarosa, a BM também está apurando informações sobre o explosivo usado no ataque em Criciúma para verificar a origem do material. Conforme o Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, não houve ocorrências de furtos ou roubos de explosivo este ano no Estado.
Para Santarosa, o tipo de ação feita em Criciúma é uma espécie de evolução do "novo cangaço", que seria o tipo "Domínio da Cidade".
O delegado João Paulo de Abreu, da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), confirmou que a polícia gaúcha está em contato com colegas catarinenses para a troca de informações:
— Até o momento, não há elementos que indiquem patrocínio da ação por criminosos gaúchos, mas até pode haver alguma participação de apoio devido ao conhecimento da região — afirmou.
A Operação Angico
A Operação Angico de prevenção e combate aos ataques a bancos se desdobra em quatro eixos:
- Saturação de área, conforme planejamento do Sistema de Inteligência da Brigada Militar
- Ações permanentes de Inteligência na busca de informações e monitoramento de indivíduos voltados a prática desses crimes, com o intuito de retirá-los de circulação
- Fiscalização de explosivos, com o intuito de coibir o desvio deste tipo de material, promovidos pelo Comando Ambiental da Brigada Militar
- Pronta-resposta imediata e vigorosa em casos de roubos a banco, sobretudo quando envolve o tipo novo cangaço ou com uso de explosivos.
Dessas ações, resultaram 27 presos e 10 mortos em confronto até hoje. Em 2020, segundo a BM, houve 19 roubos a banco, sendo 13 tentativas e seis consumados. Ação de novo cangaço foi apenas uma, em Itati, e no confronto com a BM três criminosos morreram.