Na última segunda-feira (28), um dos suspeitos de participar de um feminicídio em Passo Fundo, em maio, que terminou com a morte de três pessoas da mesma família foi preso. O crime vitimou Diênifer Padia, 26 anos, que era alvo dos criminosos, o cunhado dela Alessandro dos Santos, 34, e a sobrinha dela Kétlyn Padia, 15. De lá para cá, essa brutal e triste realidade enfrentada pelas mulheres no país não mudou.
Só no feriadão de Natal, ao menos quatro casos de feminicídio foram registrados no Brasil. Um dos mais emblemáticos é o da juíza assassinada com golpes de faca desferidos pelo ex-marido no Rio de Janeiro.
Morta na frente da filha em Porto Alegre
Uma mulher, de 43 anos, que não teve o nome divulgado, foi morta a tiros pelo companheiro no bairro Vila Nova, na zona sul de Porto Alegre, na madrugada de segunda-feira (28). O suspeito, que tem 26 anos, foi preso, no mesmo dia, no final da tarde, em Arroio do Meio, no Vale do Taquari.
A polícia aponta que, antes do crime, o investigado havia consumido álcool e drogas. Em seguida, passou a agredir a mulher e, depois, atirou três vezes contra ela. A vítima morreu na hora.
A filha dela, de 13 anos, presenciou o crime e teria tentado proteger a mãe, sendo alvo de outros três disparos. A adolescente segue hospitalizada — não há informações sobre o estado de saúde dela.
Segundo a Polícia Civil, casos de violência doméstica eram frequentes entre o casal. A mulher, porém, não chegou a registrar ocorrência ou solicitar medidas protetivas.
![Arquivo pessoal Arquivo pessoal](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/27598466.jpg?w=300)
Juíza assassinada no Rio de Janeiro
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, foi assassinada na tarde da última quinta-feira (24), véspera de Natal, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Vítima de feminicídio, ela foi esfaqueada pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, 52 anos. Ele foi preso em flagrante como autor do crime.
Viviane foi morta na frente das três filhas. O crime foi registrado em vídeo, que circula nas redes sociais e está sob investigação da polícia. Na gravação, é possível escutar os gritos das crianças, as gêmeas de nove anos e a mais velha, de 12, que pedem para que Paulo pare de golpear a juíza.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a juíza recebeu 16 facadas de seu ex-marido. O corpo da magistrada tinha perfurações no pescoço, no rosto e na barriga.
Mensagem antes de ser morta na frente da família
A jovem Thalia Ferraz, 23 anos, foi assassinada com disparo de arma de fogo na noite de quinta-feira, véspera de Natal, diante de familiares, em Jaraguá do Sul (SC). O suspeito de cometer o crime é o ex-companheiro de Thalia, que enviou uma mensagem a ela minutos antes de invadir a residência atirando.
"Gosta de surpresa?", escreveu o homem à ex-companheira. De acordo com a Polícia Civil, Thalia tentou se esconder em um dos quartos assim que o homem entrou no local. A vítima, que tinha deficiência auditiva, foi atingida por um disparo na altura do tórax, após o projétil atravessar a porta do cômodo.
De acordo com depoimentos de familiares obtidos pelo G1, a vítima terminou o relacionamento dois dias antes do crime, após namorarem por um mês. Eles chegaram a morar juntos, mas a jovem decidiu se mudar para a casa da irmã — que é vizinha do homem — logo após o término, motivado pelo ciúmes exagerado dele.
Morta por PM reformado no Recife
Na madrugada da sexta (25), Anna Paula Porfírio dos Santos, 45 anos, foi morta por disparos de arma de fogo na face e no tórax, no Recife. O crime ocorreu na casa em que Anna Paula e Ademir Tavares de Oliveira, sargento reformado da PM, moravam.
Oliveira é o principal suspeito de cometer o crime. Ele não apresentou resistência à prisão com a chegada dos policiais. O PM reformado foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio. Após audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante transformada em prisão preventiva e foi encaminhado ao Centro de Reeducação de Policiais Militares.
Pouco antes do crime, o casal havia participado de uma ceia de Natal no andar de baixo da casa, com outros familiares. Os parentes chegaram a ouvir o barulho dos tiros, mas não conseguiram socorrê-la.
Como denunciar agressões
Diversos órgãos públicos, como a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil, têm canais de atendimento para vítimas de violência doméstica:
- Brigada Militar: 190
- Disque-denúncia da Secretaria da
Segurança Pública: 181
- Polícia Civil: 197 ou pelo WhatsApp (51) 98444-0606
- Site para denúncias do Ministério Público: www.mprs.mp.br/atendimento