Marcado para esta segunda-feira (5) e adiado em razão da pandemia, o júri de parte dos acusados de matar o ex-secretário da Saúde e vice-prefeito de Porto Alegre Eliseu Santos ficará para 2021. Serão julgados por homicídio qualificado e associação criminosa Marcelo Machado Pio e Jonatas Pompeu Gomes. Neste mesmo processo há mais três réus: Marco Antônio de Souza Bernardes, José Carlos Elmer Brack e Cássio Medeiros de Abreu, que respondem por corrupção passiva.
Conforme a juíza responsável pelo processo na 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, Karen Luise Vilanova Batista de Souza Pinheiro, todos os julgamentos pelo Tribunal do Júri foram foram suspensos em razão da pandemia. A retomada ocorrerá no mês de novembro.
- Agora, a prioridade, por óbvio, será o julgamento de processos de réus presos. De fato, a data marcada para esse feito era no mês de outubro. Nesse sentido, como se trata de um processo de grande repercussão, com expressivo número de testemunhas a serem ouvidas, gerando grande aglomeração, dada a prioridade que mencionei (réus presos), não será realizado nos próximos meses. Observo, contudo, que pretendemos retomar a normalidade dos trabalhos, inclusive com reforços para realização de audiências e júris, tão logo isso seja possível – disse a juíza.
Esse é um dos cinco processos gerados pelo caso. Em outro, Eliseu Pompeu Gomes, apontado como autor dos tiros que mataram Eliseu Santos, e Fernando Júnior Treib Krol foram condenados, em 2016, a 27 anos de prisão. Há ainda outros três processos em andamento, referentes à morte do ex-vice-prefeito.
Ao todo, 12 pessoas são acusadas de envolvimento com o crime. Eliseu Santos foi executado diante da mulher e da filha caçula na saída de um culto religioso, no bairro Floresta, em Porto Alegre. O crime ocorreu em fevereiro de 2010. Polícia Civil e Ministério Público divergiram na oportunidade sobre os motivos do crime. O inquérito foi concluído como latrocínio.
Os policiais entenderam que Eliseu foi morto ao reagir ao roubo de seu carro, mas os promotores sustentaram que se tratava de vingança. O então secretário da Saúde e vice-prefeito de Porto Alegre teria descoberto um esquema de corrupção dentro da secretaria comandada por ele, que envolveria servidores públicos e pessoas ligadasa uma prestadora de serviços de segurança em postos de saúde.