O secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, 63 anos, foi morto na noite do dia 26 de fevereiro, no bairro Floresta, em Porto Alegre. Três homens armados abordaram a vítima, que estava entrando no seu carro, acompanhado da mulher, Denise Goulart Silva e da filha Mariana. Após investigação, a polícia concluiu se tratar de um latrocínio (roubo seguido de morte). Porém nesta quinta-feira, o Ministério Público denunciou oito pessoas suspeitas de envolvimento na morte do ex-secretário de Saúde de Porto Alegre. O órgão acredita que o crime foi encomendado.
* Segundo informações obtidas pelo jornalista Cláudio Britto, da Rádio Gaúcha, pouco antes do crime Eliseu Santos havia dado início uma representação no Ministério Público reclamando ter sido ameaçado após investigar o motivo de demissões na Secretaria Municipal de Saúde, pasta da qual era titular. Um dia antes de ser assassinado, Eliseu depôs na Polícia Federal sobre a Operação Pathos, que investigava irregularidades e um suposto desvio de R$ 9 milhões dos cofres municipais entre 2007 e 2009 por meio de um contrato com o Instituo Sollus, com sede em Sorocaba (SP). Segundo o secretário, à época, foi ele mesmo quem teria dado início às investigações sobre o instituto. Em maio de 2009, Eliseu registrou queixa na polícia por ameaças de morte.
Gráfico: veja como teria sido a morte de Eliseu
* O diretor da Divisão Judiciária de Operação da Polícia Civil, delegado Alexandre Vieira, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que havia fortes indícios de Eliseu Santos teria sido vítima de latrocínio. Em uma outra linha de investigação a polícia trabalhava com a hipótese de homicídio.
* Em depoimento prestado dois dias depois do crime, a viúva do secretário, Denise Goulart Silva, reforçou que não foi anunciado assalto no momento do ataque, o que pelo menos outras duas testemunhas já haviam relatado sobre o crime.
* No dia 1° de março, foi preso na Morada do Vale, em Gravataí um suspeito do crime. Porém, à noite, a polícia descartou o envolvimento do homem de 27 anos.
* Em 2 de março, a promotora Lúcia Helena de Lima Callegari, que atua junto ao Tribunal do Júri da Capital, assinou o pedido para que seja decretado segredo de Justiça nas investigações do Caso Eliseu.
* O resultado do exame de DNA apontou Eliseu Pompeu Gomes, de 22 anos, como um dos suspeitos do assassinato do secretário.
* No dia 3 de março, o titular da Delegacia de Homicídios, Bolívar Llantada, afirmou em coletiva no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) que estava descartada a hipótese de que o secretário tivesse sido vítima de execução. Um dos principais suspeitos, que seria integrante de uma quadrilha de roubo de carros, Eliseu Pompeu Gomes, teve prisão preventiva decretada e estava foragido. Outros dois homens, cujos nomes não foram informados, também tiveram prisão preventiva decretada por participação no crime.
* No dia 4 de março, o suspeito da morte de Eliseu Santos, Eliseu Pompeu Gomes, 22 anos, se entregou à polícia.
* No dia seguinte, a polícia prendeu mais um suspeito. Fernando Krol, o "Alemão", 21 anos, em Fazenda Vila Nova, em ônibus que seguia de São Leopoldo para Cruz Alta.
* No dia 15 de março, a Delegacia de Homicídios concluiu o inquérito indiciando três homens por latrocínio (roubo seguido de morte). Eliseu Pompeo Gomes e Fernando Krol, conhecido como Alemão, estavam presos, e o outro indiciado, que não teve o nome revelado, foragido.
* Em 27 de março, Jocemar Tacheushi Navarro, conhecido como Japonês, que chegou a ser considerado suspeito do crime, foi preso em São Leopoldo, mas liberado em seguida. A Brigada Militar abriu sindicância para investigar a prisão ilegal.