A Polícia Civil indiciou 16 integrantes de uma facção que tem base no Vale do Sinos por tráfico de drogas, financiamento do tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O grupo foi alvo de duas operações em 2019 e outras duas neste ano, sendo uma delas nesta quinta-feira (24), em conjunto com Ministério Público (MP), quando foi preso um dos líderes. Os suspeitos são investigados por depósitos de valores nas contas bancárias de laranjas e por adquirir veículos de luxo e imóveis, como uma fazenda no Mato Grosso que tem quase três vezes o tamanho de Porto Alegre.
As Delegacias de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e do Gabinete de Inteligência Estratégica (GIE) da Polícia Civil remeterem à Justiça cerca de 3 mil páginas do inquérito. A divulgação foi feita nesta quinta-feira pelos delegados Adriano Nonnenmacher e Márcio Niderauer.
O líder da facção preso no Vale do Sinos é um dos indiciados. Um comparsa dele, que não foi localizado, é considerado foragido, mas também é apontado no procedimento. Além deles, há outros 14 suspeitos que foram alvo de outra operação realizada em maio — também em conjunto entre Polícia Civil e MP. Na ocasião, outro líder da organização criminosa foi detido. Ele também é um dos indiciados. Há quatro meses, os agentes cumpriram mais de 300 ordens judiciais e prenderam mais nove suspeitos.
O grupo lavava dinheiro com transações financeiras, veículos de luxo e imóveis, como uma fazenda no Mato Grosso com 140 mil hectares, avaliada em R$ 42 milhões e que tem até pista de pouso para aeronave. A propriedade é tão grande que caberiam dentro 3,7 mil Parques da Redenção.
Os indiciados nesta quinta-feira fazem parte das ações realizadas apenas neste ano. Em apenas duas etapas da investigação, foram apreendidos judicialmente cerca de R$ 18,3 milhões em bens. Cerca de 50 pessoas físicas e jurídicas estão na mira de policias e promotores.