A causa do incêndio que atingiu um apartamento em condomínio no bairro Boa Vista, em Porto Alegre, ainda é esclarecida pela polícia. A investigação apura se as chamas tiveram início acidental ou se houve intenção de colocar fogo no imóvel, localizado no sétimo andar.
O caso aconteceu no início da madrugada de segunda-feira (10), em um residencial na Rua Francisco Petuco.
Logo após o incêndio ter atingido o imóvel, segundo moradores, o dono contou que estava acompanhado de uma garota de programa e que os dois teriam se desentendido. Por isso, ela teria ateado fogo ao imóvel e fugido na sequência. Quando a Brigada Militar chegou ao prédio, a mulher não foi localizada. Essa versão, no entanto, é verificada pela polícia.
Segundo o delegado Alexandre Vieira, ainda não há provas suficientes para afirmar que o incêndio foi realmente criminoso. O dono do imóvel, um homem de 51 anos, conforme a polícia, não prestou depoimento após o incidente porque precisou ser internado em clínica psiquiátrica. A polícia ainda não sabe quando poderá ouvi-lo. Mas averigua a versão informal apresentada por ele para os outros moradores e para os policiais no local.
Imagens de câmeras do circuito de monitoramento do condomínio foram analisadas pelos policiais nessa segunda-feira. Nelas, os investigadores constataram que uma pessoa estava com o morador no apartamento e que teria saído naquela noite do local. A polícia investiga se ela tem alguma relação com o início do sinistro. Ela teria deixado o condomínio em veículo chamado por meio de aplicativo de transporte.
— Não sabemos ainda se o incêndio foi acidental ou proposital. A pessoa que estava com ele, temos imagens (dela), mas não está identificada. Temos de localizar essa pessoa para ouvir a versão dela — afirmou o delegado, que é titular da 9ª Delegacia de Polícia, responsável por apurar o caso.
Na segunda-feira foi realizada perícia no veículo do morador, onde foram coletadas impressões digitais, para tentar auxiliar na identificação. Isso porque o dono do imóvel relatou aos vizinhos que teria encontrado a garota de programa na rua naquela noite e ela teria ingressado no condomínio no seu carro. O apartamento também foi periciado, mas a causa do sinistro ainda não está esclarecida.
— A perícia não adiantou nada. (Estava) muito destruído — explicou o delegado.
Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), a equipe está trabalhando para entregar o laudo sobre o incêndio no prazo padrão, que é de 30 dias.
O incêndio
As chamas atingiram o apartamento localizado em uma das oito torres do Residencial Vergéis de Dona Mathilde, no começo da madrugada. As chamas se alastraram pelo quarto, onde se iniciaram, e provocaram danos também no apartamento do oitavo andar, logo acima do imóvel incendiado.
Ninguém ficou ferido, mas o fogo provocou medo nos outros moradores. Assustados, deixaram às pressas os apartamentos localizados na mesma torre. Mas os outros imóveis foram atingidos somente pela fumaça, sem danos. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros.
— O apartamento que realmente foi atingido foi onde começou o fogo. No de cima, a janela de PVC começou a derreter pelo calor e entrou fumaça. Mas a unidade não queimou. Claro que a situação gerou apreensão nas pessoas. Mas o mais importante é que tudo funcionou e os bombeiros conseguiram ter agilidade para conter as chamas. Ou poderia ter virado uma tragédia. Não teve abalo na estrutura do prédio — afirma o morador e síndico do condomínio, André Felipe.