A juíza de Planalto Marilene Parizotto Campagna decidiu nesta segunda-feira (22) manter a prisão temporária por mais de 30 dias de Alexandra Dougokenski, 33 anos, que admitiu ter matado o filho, Rafael Mateus Winques, 11 anos, em Planalto, no norte do RS. A defesa da mãe pediu na sexta-feira (19) a liberdade da suspeita, com o argumento de Alexandra estar colaborando com as investigações, ser réu primária e ter endereço fixo. A Polícia Civil e o Ministério Público, por sua vez, solicitaram a prorrogação da prisão temporária.
Detida na Penitenciária Feminina de Guaíba, Alexandra está presa desde 25 de maio, quando confessou à polícia que matou e ocultou o corpo do filho. A suspeita afirma que exagerou na dosagem do medicamento Diazepan, pois o menino estava agitado, e sustenta que não teve a intenção de matar o garoto.
Rafael estava desaparecido desde 15 de maio. Alexandra chegou a mobilizar a polícia e o Conselho Tutelar nas buscas pelo filho que estava escondido em uma caixa de papelão na casa ao lado da sua residência. A Polícia Civil investiga o crime como homicídio doloso.
Na decisão, a magistrada argumenta que estão pendentes as conclusões de perícias, dentre as quais o auto de necropsia, os laudos toxicológicos o o resultado das extrações dos celulares apreendidos, além de outras diligências policiais. A juíza pondera ainda que "embora a investigada alegue que a morte da vítima seja resultado de agir culposo, há indícios da prática de homicídio doloso".
Na leitura de Marilene, diante do contexto, "a prorrogação da prisão temporária da investigada revela-se imprescindível para as investigações do inquérito policial, porquanto com a juntada dos laudos periciais pendentes e com a realização das diligências faltantes pode surgir a necessidade de outras diligências complementares, inclusive oitiva ou reinquirição de testemunhas, que podem ser influenciadas pela investigada, caso posta em liberdade."
Na última quinta-feira (18), por mais de seis horas, Alexandra contou e mostrou a delegados e peritos criminais a sua versão sobre a morte do filho.
Advogado de Alexandra, Jean Severo, diz receber a prorrogação da prisão com naturalidade e aguarda a chegada dos laudos periciais para o novo interrogatório da mãe:
— Foi confirmado que existia remédios na urina do menino e também que, se supostamente, a morte se deu por asfixia, foi no transporte do corpo, o que confirma nossa tese. Ela usou a corda para transportar o corpo, não para enforcar dolosamente o menino.